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quinta-feira, 9 de outubro de 2025

#Moda - XXIX Gala Globos de Ouro 2025

 

Escadaria de grandeza com passadeira vermelha iluminada por spots, glamorosos convidados em gala a posar para fotógrafos, refletindo brilhos de vestidos e smokings; capa do artigo sobre os mais bem vestidos da XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025.

Os Globos de Ouro portugueses voltaram a acontecer em Lisboa e, desta vez, também assisti à cerimónia e talvez se tenha estabelecido uma nova tradição de reunir os mais bonitos da noite. Todos os vestidos são, no fundo, declarações de estilo, personalidade e elegância. Este ano, a passadeira vermelha do Coliseu transformou-se num desfile de moda, com silhuetas arrojadas, tecidos luxuosos e detalhes cuidadosamente orquestrados. Como sempre, uns mais bem conseguidos que outros, foram vistos cortes clássicos reinterpretados e propostas mais ousadas, que permitem contar histórias pessoais ou universais e humanitárias. 


Buy Me A Coffee

Hoje, voltamos a explorar os looks que fizeram as cabeças virar e com os quais poderia muito bem ir a um evento deste nível, sem fazer má figura. Portanto, prepara-te para revistar os estilos que marcaram a noite e que conquistaram o meu coração, na edição de 2025. Vens comigo nesta viagem pela passadeira vermelha do Coliseu dos Recreios? 


1. Ana Garcia Martins


Ana Garcia Martins, na XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025, posa com um vestido branco elegante e acessórios dourados, transmitindo sofisticação e brilho.

2. Carolina Patrocínio 


Carolina Patrocínio na passadeira, vestindo um elegante vestido preto de cauda longa com aplicações douradas; cabelo preso e joias discretas, no contexto da XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025

3. Fátima Lopes


Fátima Lopes na XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025, com um vestido preto e detalhes dourados na gola, posando de forma elegante durante a cerimônia.

4. Mariana Monteiro


Mariana Monteiro na XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025, vestindo um vestido azul acinzentado de corte clássico e elegante, com decote discreto, cabelo preso e joias simples; ela sorri para a câmera, com o palco iluminado ao fundo.

5. Ricardo Pereira e Francisca


Ricardo Pereira, de fato e camisa pretos, ao lado da esposa Francisca, que veste um vestido azul-escuro brilhante, na XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025.

6. Tiago Aldeia


Tiago Aldeia, de fato preto e camisa branca, posando com elegância na passadeira vermelha da XXIX Gala dos Globos de Ouro 2025, expressão confiante e estilo clássico.

Ao percorrer esta passadeira vermelha da XXIX Gala dos Globos de Ouro, ficou claro que a noite não foi apenas sobre prémios, mas sobre celebração da beleza e da elegância. Os looks mais marcantes combinaram elegância atemporal com uma ousadia contemporânea, captando com maestria a atmosfera festiva do evento. 


Vê também os looks da XXVIII Gala Globos de Ouro 2024 


Posto isto, quer-me mesmo parecer que no próximo ano voltaremos a falar sobre esta passadeira vermelha, afinal o que é nacional também tem glamour e brilho e merece ser destacado. Agora, quero saber a tua opinião! Viste a Gala? Acompanhaste a passadeira vermelha? O que achaste dos looks da noite? Qual o teu favorito? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

terça-feira, 7 de outubro de 2025

#Livros - O Anjo Pornográfico, de Ruy Castro

 

Capa do livro “O Anjo Pornográfico” (Ruy Castro), pela editora Tinta-da-China: retrato de Nelson Rodrigues em tons de vermelho, com o título em letras verdes.

Sinopse

Nelson Rodrigues é um mito do século XX brasileiro, e um dos escritores mais prolíferos e aclamados. Nasceu no Recife em 1912, mudando-se em 1916 para o Rio de Janeiro, cidade que seria o cenário privilegiado de toda a sua obra. Começou a trabalhar como jornalista aos 13 anos, logo na secção policial, num jornal fundado pelo pai, e nunca mais parou. Fez da crónica e da escrita um hábito diário e destacou-se em todos os géneros literários, pela qualidade e pela quantidade: escreveu 17 peças de teatro, nove romances e milhares de páginas de contos e crónicas, que mais tarde deram origem a várias edições de textos reunidos, assim como a adaptações para teatro, cinema e televisão. Idolatrado e odiado, politicamente conservador, Nelson Rodrigues tanto apoiou a ditadura militar brasileira como foi, mais tarde, defensor acérrimo das suas vítimas. Reaccionário assumido, desencadeou sempre sentimentos fortes, não só devido à sua obra como também à sua vida pública e privada. Morreu no Rio de Janeiro em 1980. 

Além de escritor prolífico, com uma produção a todos os títulos espantosa, Nelson Rodrigues foi protagonista de uma vida extraordinária: pobreza, fome, cegueira, sucesso, doenças fatais e sucessivos golpes à sua vasta família trágica, desde homicídios a desastres naturais. Por seu lado, Ruy Castro é o grande nome da biografia no Brasil, respeitado romancista, historiador e jornalista, conhecido por investigar até onde ninguém antes alcançou. Escreveu livros também emblemáticos sobre Garrincha e Carmen Miranda. É deste encontro de forças desmedidas que nasce O Anjo Pornográfico, livro que reconstitui a assombrosa história de Nelson Rodrigues, desde a vida dos seus pais até ao momento da sua morte. A partir de entrevistas a 125 pessoas que conheceram o escritor, Ruy Castro segue o rasto das muitas obsessões que marcam também a obra de Nelson Rodrigues - sobretudo o sexo e a morte - e tenta resolver as muitas questões que pairam sobre a forte impressão que deixou: Génio ou louco? Tarado ou pudico? Reaccionário ou revolucionário? Raivoso ou apaixonado? 


Buy Me A Coffee

Opinião 

O Anjo Pornográfico, biografia de Nelson Rodrigues, escrita por Ruy Castro, apresenta-se como uma investigação elegante e implacável sobre a vida do eterno provocador do teatro brasileiro. O autor, jornalista e biógrafo consagrado, é conhecido por decifrar figuras icónicas da cultura brasileira com olhar atento ao contexto histórico e social, e oferece no livro uma narrativa biográfica e uma leitura que entrelaça a vida privada do dramaturgo com a complexa obra que ele deixou. Através de entrevistas, documentos e uma prosa envolvente, Ruy Castro convida o leitor a compreender o famoso paradoxo de Nelson Rodrigues: o provocador que expõe as neuroses da sociedade enquanto constrói uma dramaturgia monumental. 


Esta é a segunda biografia que leio deste autor e parece-me transversal a pesquisa histórica, o jornalismo investigativo e a sensibilidade literária para retratar personagens e épocas esquecidas. Neste O Anjo Pornográfico mergulhamos num universo de intenso melodrama e contracultura, onde nos é oferecida a provocação duma história envolvente, mas também uma fotografia crítica dum Brasil em transformação, onde o proibido, o sensual e o popular se cruzam para revelar o clima moral e artístico da época. O estilo de escrita na obra é marcado pela fusão entre reportagem rigorosa e biografia envolvente, que transita com naturalidade entre pesquisa documental, memória afetiva e crítica cultural. Com uma voz fluída, carregada de ironia discreta e humor afiado, transporta-nos para a vida dum homem e da sua família, todas dignas do seu próprio folhetim, revela-se capaz de construir uma biografia sem reduzir a complexidade humana a uma imagem simplista. 


Podes ler também a minha opinião sobre Chega de Saudade 


Recorte da vida duma figura icónica da cultura brasileira, que constrói um Rio de Janeiro nos detalhes ocultos e que persiste na memória coletiva, o livro não se restringe a uma trajetória biográfica linear, mas constrói uma galeria de episódios marcantes, encontros e polémicas que revelam as tensões entre vida privada e exposição pública, entre o glamour e o lado obscuro da cidade. A trajetória de Nelson Rodrigues é uma revelação contínua de paradoxos e intensidade. Do jovem que desenvolve uma curiosidade pela psique humana aos passos que o lançam como dramaturgo provocador e jornalista imparável, Rodrigues é apresentado como alguém que transforma o particular da vida familiar em material dramático brutalmente honesto. A vida do escritor é retratada como uma luta constante contra censuras, preconceitos e convenções, culminando na criação dum repertório que, embora polémico, revela uma sensibilidade aguda para o sujeito e a sociedade. 


"Tinha outro motivo para querer que o esquecessem: um impulso fanático para escrever. Enchia resmas de papel com o que, olhado de esguelha, pareciam ser crónicas. Não se sabe ao certo o que eram, porque Nelson não mostrava uma linha a ninguém." 


O biógrafo não se limita a reconstituir factos biográficos: investiga a partir de jornais, cartas, diários, roteiros, peças de teatro e depoimentos de familiares, amigos e contemporâneos para revelar como a experiência pessoal do dramaturgo atravessa, transforma e provoca o seu legado público. O livro dialoga com o contexto cultural do Brasil, especialmente com a moralidade, o conservadorismo, a psicologia popular e o nascimento duma cultura de choque que Nelson ajudou a criar. Aqui somos presenteados com uma visão ambiciosa, que não reduz Nelson Rodrigues a rótulos, mas desconstrói certezas, problematiza certezas históricas e marca-nos com a sensação de que o "anjo" é, na verdade, um espelho intenso das contradições brasileiras. Assim, O Anjo Pornográfico é uma viagem pelo abismo entre mito e memória, conduzida com a cadência fatal do bom jornalismo literário. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre A vida como ela é 


A obra alimenta o mito do criador que vive na fronteira entre o proibido e o extraordinário, expondo um Nelson Rodrigues mais íntimo, um génio criativo que, ao explorar o grotesco e a sombra da vida quotidiana, construiu um legado teatral e jornalístico que desafiou tudo e todos ao seu redor. Ruy Castro traça a trajetória de Nelson Rodrigues, começando ainda antes do seu nascimento, contando a vida fantástica dos seus pais, passando para a sua infância e a sua formação nos jornais do pai, sem esquecer o contexto familiar, repleto de referências com tantos irmãos à sua volta, e a criação duma voz literária e teatral que desvendou tabus, exagerou contradições e expôs as fissuras da moral brasileira. A obra de Nelson é lida como um mapa de temas recorrentes: a obsessão pela família e pela violência doméstica, o corpo e a sexualidade como campo de batalha, a culpa sacralizada, o incómodo entre segredo e exibicionismo, bem como a tensão entre censura, imprensa e liberdade criativa. 


"Talvez Elza tivesse intuído que os amores extraconjugais de Nelson não interferiam no seu casamento. Talvez Nelson precisasse viver num permanente estado de paixão, real ou imaginária, que não a diminuía como sua mulher, nem impedia que o casamento fosse navegando." 


Esta leitura é uma imersão rica e ambígua do universo fantástico da vida extraordinária de todos os Rodrigues, onde são revelados, ao mesmo tempo, o brilho e a decadência. Ruy Castro costura uma biografia que não se limita a factos cronológicos, mas mergulha na atmosfera duma era, onde o jornalismo era vibrante e polémico, onde os boémios povoavam a noite do Rio de Janeiro, onde os teatros começavam a ganhar outra dimensão artística e onde Nelson Rodrigues conquistou um lugar ímpar que permanece no imaginário popular até aos dias de hoje. Pela minha parte, fica comprovado o talento de Ruy Castro enquanto biógrafo e pretendo continuar a ler a sua obra nos próximos tempos. Importa também ressaltar a edição cuidada, publicada em Portugal pela Tinta-da-China, repleta de fotos que ajudam a ilustrar muitos momentos da vida conturbada de Nelson Rodrigues. Já a figura do biografado confirmou-se como um homem fascinante, que viveu altos e baixos desde cedo, sempre atento a tudo o que o rodeava, o que lhe permitiu escrever como poucos. 


Em suma, O Anjo Pornográfico traz para a luz a figura do homem por trás do mito, além de oferecer uma visão indispensável para quem deseja compreender o difícil, fascinante e, muitas vezes, contraditório Brasil que Nelson ajudou a desenhar. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já conheces as biografias de Ruy Castro? Gostas do género? E sobre Nelson Rodrigues, já conhecias algumas das histórias contadas no livro? Qual o momento que mais te marcou da vida conturbada de Nelson Rodrigues? Conta-me tudo nos comentários! 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog


Wook | Bertrand 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Projecto Cinema - 1996 | Braveheart

 

Fita de cinema clássica sobre um fundo branco, simbolizando a história e a magia do cinema premiado com o Oscar de Melhor Filme de 1996, "Braveheart".

Regressamos para explorar o vencedor do Óscar de Melhor Filme de 1996, Braveheart. Este filme, realizado e protagonizado por Mel Gibson, conquistou a Academia e o público ao retratar a luta pela liberdade do povo escocês liderada pelo lendário William Wallace. Nesta análise, vamos celebrar a importância do filme na História do Cinema, mas também refletir sobre o seu impacto cultural e a sua narrativa épica que o transformou num verdadeiro ícone do Cinema de acção e do drama histórico. 


Buy Me A Coffee

Durante a década de 1990, o Cinema passou por uma transformação significativa, marcada pelos avanços tecnológicos e uma maior atenção às narrativas autorais. Foi uma época de inovação, com o surgimento de efeitos especiais revolucionários, como os utilizados em filmes de ficção científica e fantasia, além duma crescente valorização de filmes independentes e internacionais. Os anos 90 também consolidaram o sucesso de grandes blockbusters, enquanto cineastas famosos começaram a explorar temas mais complexos e históricos, refletindo as mudanças sociais e culturais do período. 


Acompanha todo o desenrolar do Projecto Cinema - Óscar de Melhor Filme 


Lançado em 1995, narra a luta de William Wallace, um guerreiro escocês que liderou a sua povoação contra a opressão inglesa no século XIII. Com uma narrativa intensa e cenas de batalha memoráveis, o filme conquistou o grande público e a crítica, destacando-se pela sua grandiosidade visual e pela força da sua história de coragem, liberdade e sacrifício. Wallace torna-se um líder rebelde, após a tragédia de perder a família, e transformou-se num símbolo que mobilizava o seu povo, sendo protagonista de batalhas onde a coragem e o sacrifício eram protagonistas, sem esquecer o desejo de liberdade e autonomia. O roteiro, baseado na história do herói escocês, foi assinado por Randall Wallace e oferece uma visão mais romântica e idealista desta figura histórica, o que, consequentemente, resulta numa imagem menos sanguinária. 


Imagem do pôster do filme "Braveheart" (1995), apresentando Mel Gibson como William Wallace, com uma expressão determinada, vestindo armadura medieval, segurando uma espada e uma bandeira escocesa ao fundo, evocando coragem e luta pela liberdade.

Assim, Braveheart destacou-se pela sua produção épica e envolvente, que transportou os espectadores para o turbulento cenário da Escócia medieval. A realização de Mel Gibson trouxe uma narrativa poderosa, que combina uma fotografia impressionante com figurinos que reforçam a atmosfera histórica. A banda sonora, composta por James Horner, contribuiu significativamente para a emoção do filme, elevando momentos de triunfo e de tragédia com composições memoráveis. Além disso, as cenas de acção intensas e bem coreografadas, como as batalhas épicas, marcaram o filme como uma obra de referência dentro do género, capturando a brutalidade e o heroísmo da época de forma visceral e inesquecível. No entanto, importa não esquecer algumas críticas que apontaram que o filme exibia algumas liberdades históricas e uma representação dramática que, por vezes, sacrificava a precisão em nome do espectáculo. 


O sucesso de Braveheart teve um impacto significativo na carreira de Mel Gibson, consolidando a sua posição como um dos actores e realizadores mais influentes de Hollywood. Como realizador, produtor e protagonista do filme, Gibson recebeu reconhecimento mundial o que elevou o seu prestígio na indústria cinematográfica. No que diz respeito aos Óscares, além do prémio de Melhor Filme, também conquistou as categorias de Melhor Realizador, Melhor Maquilhagem, Melhor Fotografia e Melhor Edição de Som, o que vem reforçar o seu reconhecimento técnico e artístico. 



A vitória de Braveheart, em 1996, permanece relevante até hoje, porque celebra uma narrativa épica de coragem e liberdade, além de destacar a importância de contar histórias que inspiram o senso de identidade e resistência. Sem esquecer o quanto a realização de Mel Gibson, combinada com uma produção grandiosa e actuações marcantes, elevou o filme a um patamar que transcende o tempo e que o coloca como um marco no Cinema vencedor do Óscar. Pela parte que me toca, é um filme muito interessante, apesar das falhas históricas, mesmo considerando o final dramático, que retrata o final verdadeiro deste herói escocês, e gostei muito de revê-lo para este projecto. 


Portanto, se ainda não viste este clássico do Cinema, não percas a oportunidade, e se viste, trata de rever, porque, passados tantos anos, vais te surpreender com o quanto envelheceu bem a produção. O filme está disponível para subscritores do Disney+, por isso, podes ir já buscar as pipocas! Entretanto, partilhar comigo a tua opinião. Já viste Braveheart? O que achaste da representação histórica da época e das cenas de combate? Achas que continua a ser um filme merecedor dos prémios que recebeu em 1996? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

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