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terça-feira, 1 de julho de 2025

#Livros - Fernão de Magalhães e a ave-do-paraíso, de João Morgado

 

Fundo azul claro com um desenho do globo terrestre, com os continentes em amarelo. No topo, uma gravura de Fernão de Magalhães, e na parte inferior, uma ilustração de uma ave-do-paraíso.

Sinopse

"Não, não, não!". Foram estas as palavras que D. Manuel I devolveu a Fernão de Magalhães quando este lhe pediu um aumento. Afinal merecia, já tinha dado meia-volta ao mundo. Queria ver os seus méritos reconhecidos. "Não!" E se o rei de Castela lhe desse ouvidos, o levasse a sério, acreditasse na sua coragem e tenacidade, para partir numa viagem de circum-navegação? 

Em 1519, uma armada saiu de Sevilha sob o comando de Fernão de Magalhães com o objectivo de provar que a Terra era redonda e que seria possível chegar à Ásia rumando pelo Ocidente. Para trás o comandante deixa a sua amada Beatriz e uma promessa: «Um dia trago-te uma ave-do-paraíso. Prometo!»

No entanto a jornada era longa e a ave-do-paraíso ficava cada dia mais distante. A fome, a sede, o frio, a violência, a morte marcaram a viagem, assim como a esperança, o acreditar que encontrariam a passagem para o outro lado do Mundo, a felicidade de ouvir um «terra à vista» ou de perceber que um companheiro estava vivo. Mas que segredos esconde Fernão de Magalhães para a determinada altura perder o brilho no olhar, desistir de avançar e de alcançar o tão desejado destino: as ilhas Molucas? 

No ano em que se comemora os 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, o romancista João Morgado apresenta um romance inovador em que a ficção e a História se entrelaçam harmoniosamente e que permite ao leitor descobrir a vida intensa de Fernão de Magalhães, numa viagem no tempo, com a segurança de que, ao segui-la passo-a-passo, encontrará o que de mais verosímil se conhece sobre esta viagem histórica e sobre este homem que marcou a história da Humanidade. 


Buy Me A Coffee

Opinião 

João Morgado mergulha na fascinante jornada de exploração e descoberta liderada por Fernão de Magalhães, destacando-se pelo relato das suas viagens pioneiras ao redor do mundo, além de nos levar por uma reflexão sobre os impactos dessas expedições na História, na cultura e na compreensão do desconhecido. Fernão de Magalhães e a ave-do-paraíso convida-nos a explorar os limites da coragem humana e a complexidade do processo de exploração, trazendo à tona a simbologia desta ave como metáfora de sonhos, desafios e descobertas que marcaram uma das mais extraordinárias aventuras marítimas de todos os tempos. 


A obra remete-nos para o século XVI, período marcado pelas expedições marítimas que expandiram os horizontes europeus e abriram rotas para as Américas, Ásia e outros continentes. O livro combina elementos de ficção histórica com um toque de fantasia, criando uma narrativa envolvente que convida o leitor a refletir sobre os encontros culturais, as descobertas e os mitos que cercaram esses momentos de expansão. João Morgado é um reconhecido escritor português, célebre pelas suas obras que exploram temas históricos, nomeadamente a sua trilogia sobre os grandes navegadores, onde este livro se insere, agora com o foco no enigmático Fernão de Magalhães. 


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Assim, a história acompanha as aventuras do navegador pelos mares desconhecidos, enfrentando tempestades, conflitos e descobertas extraordinárias. O enredo destaca a coragem, a determinação e os desafios enfrentados por Magalhães e a sua tripulação, deixando em evidência a busca por novas terras e conhecimentos, além de expor os obstáculos políticos e pessoais que marcaram esta histórica viagem marítima. E no centro, como protagonista mesmo após a morte, temos o navegador mais controverso da História portuguesa, homem aventureiro e determinado, com um espírito explorador que o impulsiona a desafiar limites, mesmo depois de ter constituído família, com uma linda esposa grávida que ficaria em Sevilha à sua espera. 


"Não tinha em grande conta um homem que era senhor de um vasto império, que ia do Brasil às Índias, mas só calcava os tapetes dos palácios; não conhecia sequer o cheiro húmido do mar, onde se alçara, a suor e lágrimas, a glória do reino." 


É uma história onde a ambição é a força motriz que leva os homens a superar-se, com coragem e perseverança diante das adversidades, que eram mais que muitas em alto mar, sobretudo em águas desconhecidas e inóspitas para os padrões a que estavam habituados. É um retrato do espírito aventureiro que impulsionou as grandes descobertas da época e que nos permitiu expandir horizontes e compreender melhor o mundo que nos rodeia. Nesta leitura, fazemos uma viagem também pela busca incessante pelo conhecimento, pelo domínio das técnicas e das ciências que permitiram sobreviver nestas navegações, além de reclamar a soberania sobre os territórios para as coroas que dominavam o mundo europeu, a portuguesa e a castelhana. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre D. Manuel I 


Um dos pontos fortes de Fernão de Magalhães e a ave-do-paraíso é a linguagem envolvente e acessível, ainda que seja capaz de transmitir a riqueza histórica e cultural da época, sempre de forma clara e muito cativante, sem nunca comprometer a compreensão, nem que seja pelas notas adicionadas no rodapé. A narrativa, por sua vez, é dinâmica e bem estruturada, mantendo-nos interessados seja quando retrata Fernão de Magalhães descontente em Lisboa, cheio de esperanças em Sevilha, ou determinado na sua derradeira viagem. A pesquisa do autor traz à tona detalhes pouco conhecidos desta viagem revolucionária, que provou, sem margem para mais dúvidas, que a Terra é redonda. Durante a leitura, somos transportados para dentro das naus, sentindo o impacto das aventuras e dos desafios que estes homens enfrentaram, enquanto são explorados brilhantemente os aspectos históricos conhecidos.


"Tinha dentro de si uma grandeza assumida, uma dimensão maior do que o seu corpo pequeno dava a entender. Dera-se a mil sacrifícios em nome d'el rei para mostrar essa envergadura nobre que lhe fervilhava na alma, mas nunca tinha sido reconhecido." 


Pessoalmente, esta leitura deixou-me impressionada com a forma como o autor consegue misturar aventura, História e muitas reflexões. A narrativa sobre a figura e a trajetória de Magalhães impressionou-me e deixou-me com muita vontade de continuar a desvendar esta personagem histórica fascinante e que está envolta em tanta polémica, mesmo passados tantos séculos. A riqueza dos detalhes e a sensibilidade na abordagem dos personagens tornaram esta imersão inspiradora, além de que me senti transportada para o alucinante século XVI, vivenciando as emoções e os desafios enfrentados pelos navegadores. O meu fascínio por esta era de ouro da História de Portugal já é antigo, mas esta leitura só veio reforçar esse sentimento e reavivar a minha vontade de ler cada vez mais sobre as figuras que mudaram o mundo, pelo que fizeram e pelo que descobriram, com risco da própria vida. 


Só posso recomendar esta leitura a todos os que gosta de histórias de aventura, descobertas e exploração, quer sejas jovem ou adulto, esta pode ser uma excelente porta de entrada para saber mais sobre esta época, além de ser do interesse de quem aprecia História, Geografia e Biografias de figuras marcantes do nosso passado. Agora, quero muito saber a tua opinião! Já leste este livro? Conheces o trabalho do João Morgado? Sentes interesse pelas figuras das grandes navegações? Qual a tua personalidade favorita dessa época? Conta-me tudo nos comentários! 


Encomenda o teu exemplar através dos links abaixo, sem custos adicionais para ti, e contribui para as próximas leituras deste blog 


Wook | Bertrand 

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