Sinopse
Artur esmagou a revolta de Lancelote, mas o preço foi elevado. A traição de Guinevere deixou-o fragilizado e os seus inimigos saxões pretendem aproveitar-se dessa vulnerabilidade. O caos ameaça dominar a Bretanha. Mas Artur já deu provas do seu génio militar e, à medida que a próxima batalha se aproxima, prepara-se para abrir caminho até à vitória em Monte Badon e reconquistar a mulher que perdeu.
Mas quais serão as consequências das intrigas de Modred, agora o herdeiro ao trono da Bretanha, e da magia da sacerdotisa Nimue, que querem exterminar Artur?
Não perca a conclusão da trilogia dos Senhores de Guerra, a saga em que Cornwell dá nova vida ao mito arturiano, combinando com perícia a lenda e os factos históricos.
Opinião
Bernard Cornwell, famoso autor britânico, ganhou notoriedade principalmente pela sua série Crónicas Saxónicas, que retrata as invasões vikings na Inglaterra, além das suas histórias sobre a Guerra da Independência Americana e as batalhas napoleónicas, ou seja, só temas interessantes e que conto ler no futuro. Excalibur é o terceiro e último volume da trilogia As Crónicas de Artur que reimagina a lendária história do Rei Artur e dos cavaleiros da Távola Redonda. Nesta trilogia, o autor oferece uma interpretação vívida e realista dos mitos e lendas que cercam Artur, levando-nos para a turbulenta Britânia do século VI, marcada por conflitos entre saxões e britânicos. Seguimos a trajetória do jovem Artur, à medida que ele luta para unificar a sua terra, com traições, batalhas épicas e dilemas morais pelo meio, enquanto exploramos as complexas relações com personagens icónicos como Merlim, Guinevere ou Lancelot.
Após a queda do Império Romano, a ilha é devastada por invasões e disputas internas, com os saxões, anglos e jutos avançando sobre as terras dos bretões. Este período histórico é caracterizado por uma profunda fragmentação política e social, onde pequenos reinos lutam entre si por território e influência. A resistência dos bretões, liderados por figuras como Artur, representa a luta pela preservação duma identidade cultural e pela busca de unidade no meio do caos que os cerca. Assim, Cornwell, além de reimaginar os mitos arturianos, também reflete a complexidade das dinâmicas sociais e militares dessa época, onde honra, traição e heroísmo se entrelaçam nas batalhas que moldaram a história da Britânia.
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Em Excalibur, o autor apresenta uma narrativa rica e envolvente, centrada em personagens icónicos que moldam a lenda do Rei Artur. O protagonista e narrador, Derfel Cadarn, é um guerreiro leal e corajoso, cuja jornada de vida nos oferece uma perspectiva única sobre os eventos que cercam a ascensão e queda de Artur. Artur, o guerreiro destemido e carismático que se recusou a tomar a coroa para si mesmo, é retratado como um líder que luta pelo reino do seu pai e, acima de tudo, pelos seus ideais de justiça e unidade. Por outro lado, temos Merlim, o enigmático e poderoso mago, que desempenha um papel crucial como conselheiro e mentor, representando a luta pela religião antiga, num momento em que o Catolicismo ganha mais e mais força no território.
"A História é um relato feito pelos homens e composto por eles, todavia nesta história de Artur, como o débil luzir do salmão nas águas turvas de limos, as mulheres brilham."
O desenvolvimento dos personagens é uma das forças motrizes da narrativa, oferecendo uma rica tapeçaria de conflitos internos e transformações que refletem as complexidades da época medieval. No centro volta a estar Artur, agora mais velho, mais desiludido e ciente das traições ao seu redor, tendo sofrido a maior de todas por parte do que julgava seu amigo, Lancelot, e da sua amada Guinevere. No entanto, apesar de tudo, continua a ser a figura capaz de reunir homens que mais nada têm em comum além da lealdade para com ele e a crença de que é ele o homem certo para ocupar o trono. Com o relato de Derfel, percebemos que Artur reúne em si temas como a honra, lealdade, guerra e destino.
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A honra é retratada não só como um código de conduta, mas como uma força motriz que guia as acções dos personagens, moldando o seu destino e dos conflitos em que estão envolvidos. A lealdade, tanto a amigos quanto a ideias, é testada em várias ocasiões, revelando a fragilidade e a complexidade das relações humanas em tempos de guerra. Cornwell volta a explorar a brutalidade dos combates, alguns dos mais famosos da época, não só como um pano de fundo, mas como um catalisador que provoca reflexões sobre o verdadeiro significado da coragem e do sacrifício. O destino, por sua vez, é um fio invisível que entrelaça as vidas dos personagens, questionando até que ponto somos senhores dos nossos próprios caminhos ou meras marionetes das circunstâncias. A narrativa do autor torna-se um poderoso espelho das lutas internas e externas que moldam o ser humano, dando vida a um épico que repercute tanto no passado quanto no presente.
"O grande feito de Arthur foi ter-nos mantido a salvo dos Saxões durante uma geração inteira e, para que isso fosse possível, ele ensinou os nossos reis a terem coragem. Mas quão fracos se tornaram os nossos governantes, desde então!"
Antes de ter embarcado nesta trilogia, não conhecia a escrita de Bernard Cornwell, mas agora estou rendida ao seu talento e à sua capacidade de nos transportar para o coração da narrativa e quero muito continuar a descobrir as suas obras. A sua habilidade para criar descrições vívidas permite que os cenários e os personagens ganham vida, proporcionando uma imersão total no universo medieval que ele retrata. Os combates são descritos com uma intensidade que faz o leitor sentir a adrenalina e o peso das espadas, enquanto os detalhes dos ambientes são pintados com uma riqueza sensorial impressionante. Sem esquecer os diálogos que são autênticos e dinâmicos, capturando a essência dos personagens e das suas dinâmicas. O ritmo já tinha acelerado no volume anterior, mas em Excalibur é frenético e fica muito difícil parar a cada novo capítulo, refletindo a intensidade e a urgência dos eventos que se desenrolam.
Só posso dizer que Excalibur é uma obra envolvente com batalhas e intrigas, que encerra a vida lendária do Rei Artur e dos seus companheiros. Cornwell habilmente mistura história e ficção, proporcionando uma visão rica e realista dos conflitos e das alianças que moldaram a Britânia do século VI e entrega um final inesquecível e convincente para um dos mitos mais icónicos do Ocidente, deixando uma marca indelével no imaginário dos amantes da literatura histórica. Portanto, se és fã de histórias épicas, romances históricos ou da fascinante lenda arturiana, a trilogia de Bernard Cornwell é uma leitura indispensável. Se aceitares o convite e mergulhares nesta saga, prepara-te para seres transportada para um mundo de bravura e traição, onde cada página te manterá ansiosa por mais.
Agora, quero saber o que tens a dizer! Já leste esta trilogia? O que mais te impactou na jornada de Artur e dos seus cavaleiros? Que aspecto da lenda mais te surpreendeu? Recomendas outros livros de Bernard Cornwell? Conta-me tudo nos comentários!
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