Continuando a explorar a minha aventura pelo Alentejo neste Verão, o foco hoje será o Castelo de Vila Viçosa, onde se encontram também os Museus da Caça e de Arqueologia, e que é um emblemático monumento que reflete a História, a cultura e a importância da região. Esta vila charmosa é famosa por ser a sede da Casa de Bragança, pelo que reflete séculos de tradição e poder, tendo sido um importante centro político e cultural ao longo dos séculos. A sua importância histórica é marcada pela sua influência na realeza e na História do reino de Portugal, além de possuir um património arquitectónico e cultural de grande valor que atrai visitantes e estudiosos interessados nesta herança ímpar.
Ao chegar cada vez mais perto do Castelo de Vila Viçosa, depois do almoço, as minhas primeiras impressões foram de admiração pela sua imponência e pela harmonia entre a sua estrutura antiga e o entorno. A fundação deste Castelo remonta ao período medieval, tendo sido construído estrategicamente no século XIII por D. Dinis e era essencial para a defesa do território e para o controlo das rotas comerciais. Até à inauguração do Paço Ducal, foi a residência dos Duques de Bragança, tendo, depois disso, mantido a sua importância militar, o que se traduziu em diversas intervenções ao longo dos séculos, como no século XVI e na época das Guerras da Restauração.
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Durante esta visita ao Castelo, explorei várias áreas impressionantes que revelam a sua História e arquitectura. Os torreões, robustos e imponentes, oferecem vistas panorâmicas da vila e evidenciam a estratégia defensiva do castelo. As muralhas, bem preservadas, cercam o perímetro do castelo, proporcionando um percurso de caminhada que permite apreciar a sua estrutura medieval. Com uma planta quadrada, com dois torreões em ângulos opostos, tem um aspecto compacto e ainda detinha mecanismos defensivos inovadores, como galerias antiminas e canhoneiras fortificadas para fogo cruzado, o que constituem elementos singulares que fazem deste castelo uma das jóias da nossa arquitectura militar.
Dentro da alcáçova do Castelo, temos a oportunidade de visitar os Museus da Caça e de Arqueologia, ambos ao cuidado da Fundação da Casa de Bragança e onde não é permitido tirar fotos no interior, tal como já tinha acontecido no Paço Ducal. A visita ao núcleo dos museus começa pelo de Arqueologia no piso inferior e proporciona uma fascinante viagem pelo passado da região. A exposição, que ali se encontra desde 1999, é apresentada de forma cronológica, com diferentes peças de diversas épocas, das quais se destaca um abundante espólio de peças romanas encontradas na região, assim como alguns artefactos arqueológicos da colecção pessoal do rei D. Luís I. O espólio reunido resulta, em grande parte, de trabalhos efectuados na zona do Alto Alentejo, mas também foram recolhidos na sequência das sucessivas obras no património edificado de Vila Viçosa e arredores, como se pode ver também no exterior desta alcáçova, onde os vestígios foram deixados no local onde foram encontrados.
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No piso superior, vamos encontrar o Museu da Caça, que conta com uma admirável colecção do Engenheiro Manuel Lopo de Carvalho, que é um antigo membro da Junta da Casa de Bragança, embora esta última informação tenha descoberto posteriormente, dado que não é fornecida em nenhum momento da exposição. A Caça foi uma constante ao longo dos séculos e a Casa de Bragança foi responsável pela criação de várias tapadas que existem no nosso país. Como tal, o espólio também conta com várias contribuições provenientes de membros da Família Real, como é o caso do núcleo de artefactos indígenas. O acervo também inclui inúmeros animais embalsamados de origem europeia e asiática, bem como diversos troféus de caça africanos.
Importa também referir a colecção de armas gentílicas, oferecidas ao rei D. Carlos e ao príncipe D. Luís Filipe, quando este último visitou Moçambique em 1907, bem como os documentos, ilustrações e fotografias que ilustram bem o papel que a Caça desempenhava na vida da casa reinante. A maioria das peças encontra-se em vitrinas e são muitas as surpresas que vais encontrar ao longo da visita, com animais incríveis e até que consideramos improváveis. Este núcleo museológico não dispõe de visitas guiadas, o que é uma pena, porque acho que os visitantes tirariam mais partido deste espólio se acompanhados por alguém que pudesse esclarecer as dúvidas que inevitavelmente surgem. Além disso, é fácil perder-se, especialmente no piso inferior, onde as salas podem dar a diferentes pontos da alcáçova. Isso reforça a minha convicção de que seria importante existir um guia ou, não sendo isso possível, colocar indicações para os visitantes saberem, sem margens para dúvida, para onde se devem dirigir.
A visita termina no topo da alcáçova onde temos uma vista panorâmica deslumbrante sobre toda a envolvência de Vila Viçosa, com acesso para a mais famosa e bonita, que é a da Praça da República. Esta foi uma experiência muito enriquecedora e que me fez lembrar da beleza de passear por um Castelo, algo que não fazia há muitos e muitos anos. Foi, de facto, uma experiência muito enriquecedora, poder explorar os espaços que testemunharam séculos de História e só veio reforçar o meu profundo respeito pelo património, bem como a importância de preservar estes testemunhos para as gerações futuras. O que mais me surpreendeu foi a riqueza e a diversidade das exposições, que oferecem uma verdadeira viagem pela História e cultura da região, além da própria História da Casa de Bragança. Embora considere que existem aspectos que poderiam ser melhorados, é inegável que a combinação entre o património arquitectónico do Castelo e as colecções museológicas proporcionou uma experiência única, que ajudou a alimentar o meu interesse por esta vila e o meu desejo de lá voltar.
Caso estejas a planear visitar esta linda vila alentejana, recomendo que o faças com antecedência, tendo em consideração os horários e os dias de encerramento (consulta todas as informações no site da Fundação Casa de Bragança), e reservando tempo suficiente para explorar tanto o Castelo quanto os Museus da Caça e de Arqueologia. Não deixes de utilizar calçado confortável, pois o percurso envolve caminhadas por áreas de pedra e escadarias e aproveita para apreciar as vistas panorâmicas da região, que oferecem um cenário único e memorável durante toda a visita. Mas agora quero muito saber a tua opinião! Já visitaste o Castelo de Vila Viçosa e os Museus? Quais as tuas impressões sobre as exposições? Ficaste rendida às vistas incríveis? Conta-me tudo nos comentários abaixo!





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