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quinta-feira, 11 de setembro de 2025

#Viagens - Paço Ducal de Vila Viçosa

 

Mulher de costas usando chapéu, ao lado de um carro na estrada

A visita ao Paço Ducal de Vila Viçosa foi o mote que despoletou toda esta viagem que decidi fazer este Verão e que me permitiu explorar um dos mais emblemáticos exemplares do património histórico e arquitectónico português, símbolo do poder e da riqueza da Casa Ducal de Bragança. Este é um monumento que remonta ao século XVI, tendo sido construído como residência dos duques de Bragança, uma das mais influentes famílias nobres de Portugal. Situado em Vila Viçosa, no Alentejo, o edifício destaca-se pela combinação de diferentes estilos, reflexo das várias épocas de construção e ampliação ao longo dos séculos. Ao longo da História, o Paço desempenhou um papel central na vida política, social e cultural da nobreza portuguesa, especialmente a partir do período em que os duques de Bragança passaram a ocupar o trono nacional, após o domínio filipino.


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A construção do edifício começou em 1501 por decisão do quarto duque de Bragança, D. Jaime, com o propósito de ser a residência da família, numa época em que a paz permitia a saída das fortificações dos castelos. Os duques seguintes foram imprimindo a sua marca nesta casa que, após a subida ao trono, tornou-se numa das residências reais espalhadas pelo reino. Além da sua imponência estética, o edifício guarda valiosos vestígios de épocas passadas, tornando-se num importante símbolo do património histórico nacional. Não só desempenhou o papel administrativo e residencial da família, o palácio também foi palco de eventos históricos importantes, como as célebres Trocas das Princesas, que ocorreram em diferentes reinados. 


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A fachada do Paço Ducal apresenta-se imponente e elegante, com 110 metros de comprimento, tornando-a única na arquitectura civil portuguesa e onde se revela inspiração clássica. Destaca-se pelo uso da pedra mármore da região, com janelas amplas e ornamentos discretos que realçam a sua grandiosidade. A porta de entrada convida-nos a adentrar num espaço repleto de História, onde os poderosos de então pisaram. Toda a praça é imponente, constituindo um quadrado onde todos os edifícios estão relacionados com a casa ducal, um espaço amplo que nos causa impacto logo na primeira imagem, e que tem ao centro a estátua do duque que se tornou rei, D. João IV. Esta foi a primeira paragem da minha viagem e é o lugar mais memorável logo à primeira vista. 


Montagem de fotos mostrando a fachada do Paço Ducal de Vila Viçosa, com sua arquitetura elegante e detalhes históricos, e uma imagem da estátua de D. João IV situada no centro da praça, destacando-se como símbolo da cidade.

Logo que entramos no edifício, na recepção onde compramos os bilhetes para a visita, somos imediatamente envolvidos por uma atmosfera de grandiosidade. Nesse espaço, enquanto aguardamos pelo início da visita guiada, podemos observar uma série de painéis com informações sobre a família, a fundação e o espaço que estamos prestes a conhecer. Também ficamos a saber que não são permitidas fotos ou filmagens no interior do palácio, o que é o motivo para ter tão poucas fotos relevantes para partilhar aqui. A visita guiada, que tem um custo de 8€, começa com a subida das escadas que serviam de acesso aos visitantes ilustres do palácio e que nos conduzem ao Andar Nobre, onde vamos encontrar todas as salas mais famosas e com as colecções mais icónicas deste espólio. As salas de aparato, onde eram recebidos embaixadores e gente importante da nobreza, impressionam pela sua decoração refinada, mobiliário antigo, esculturas, pinturas e tapeçarias, onde fica evidente o luxo desta residência. 


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Nos aposentos reais é possível apreciar os quartos ricamente decorados pelos reis D. Carlos e D. Amélia, que muito apreciavam passar a época de caça neste palácio, que inclusivamente foi onde dormiram antes do regicídio, em 1908. Os objectos da época, os livros, as pinturas do artista D. Carlos, verdadeiramente impressionantes, permitem uma visão privilegiada do quotidiano e do modo de vida dos últimos reis da dinastia de Bragança. Cada espaço revela um pouco do passado aristocrático do local, convidando-nos a imaginar as ocasiões de gala e os momentos familiares que ali aconteceram. Os vastos salões e salas privadas são guarnecidos de fogões de sala, que permitiam aquecer os espaços no Inverno, e também grandes aquários de porcelana são distribuídos pelos aposentos, que serviam para, cheios de água, arrefecerem o ambiente no Verão quente alentejano. A iluminação é natural, pois o Paço não é provido de luz elétrica até hoje, o que confere uma recriação ainda mais fidedigna do que seria estar e viver neste lugar. 


Montagem de fotos do Claustro e dos Jardins do Paço Ducal de Vila Viçosa, mostrando o pátio com arcadas e colunas no Claustro, e áreas verdes bem cuidadas com árvores, caminhos e flores nos Jardins do palácio.

A decoração de todo o Paço revela um esplendor histórico e artístico que, graças às informações da nossa guia, conseguimos perceber as diferentes origens, autores, épocas e até aspectos curiosos dos diferentes elementos que compõem cada sala. Encontramos paredes adornadas com azulejos tradicionais, frescos mitológicos, que muitas vezes baptizam o espaço onde se encontram, detalhes em talha dourada, paredes forradas a seda, só para dar alguns exemplos. A Capela do Paço também impressiona pelos seus detalhes arquitectónicos, encontrando-se na encruzilhada entre o alimento para a alma e o alimento para o corpo, com a cozinha, que permanece no mesmo lugar desde o início e alberga uma colecção impressionante de panelas de cobre. Por fim, saímos para o Claustro, onde não existe entrada, e terminamos a visita nos Jardins, numa miniatura de Versalhes. 


Terminada a visita guiada ao Paço Ducal, escolhi ver a Sala do Tesouro, um espaço que alberga objectos valiosos e importantes, relacionados com a casa de Bragança, e que são pertença, na sua maioria, de um colecionador particular. É uma sala relativamente pequena, rodeada de expositores, seguros e modernos, onde todas as peças estão visíveis e com legendas que permitem compreender o que vemos, a sua origem e em que época foram feitos. Temos joias, moedas, medalhas, artefactos religiosos, pratas, todos com grande significado simbólico e histórico. As peças mais marcantes, na minha opinião, são a Cruz de Vila Viçosa, a Cruz de D. Catarina de Bragança e a Caravela-Cofre. Visitar esta colecção custa 2,50€ e, embora necessite do acompanhamento de um guia, não existe lugar a visita guiada. 


Embora tenha ficado com pena de não ter visitado a Colecção de Carruagens, que ficará para uma nova visita, esta foi uma experiência verdadeiramente enriquecedora e marcante, que cumpriu plenamente as minhas altas expectativas, e que reforça a minha convicção acerca da importância de valorizar e proteger o nosso património cultural para as futuras gerações. Portanto, se procuras uma experiência única, esta é uma visita imperdível. Para planeares a tua vista adequadamente, consulta todos os pormenores no site da Fundação Casa de Bragança. Mas agora, quero saber o que tens a dizer! Já conhecias o Paço Ducal de Vila Viçosa? Conheces esta região alentejana? Já fizeste alguma das visitas que têm disponíveis? O que mais desperta a tua curiosidade? Conta-me tudo nos comentários abaixo! 

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