Sinopse
Arquétipo e símbolo do homem da Renascença, Leonardo da Vinci é universalmente reconhecido como o génio mais criativo e multifacetado da História. A sua criatividade, como aquela de grandes inovadores, nascia na intersecção entre as humanidades e a tecnologia. Esfolou rostos de cadáveres, desenhou os músculos que fazem mover os lábios, e depois pintou o sorriso mais memorável da História em Mona Lisa. Explorou a matemática da óptica, mostrou como os raios de luz atingem a córnea e produziu ilusões de perspectivas variáveis em A Última Ceia. No seu eterno entusiasmo pela encenação de espectáculos imaginava máquinas que subiriam aos céus, permitindo ao homem voar como os pássaros.
Filho ilegítimo, à margem de uma educação formal, vegetariano, canhoto, distraído e, por vezes, herético, o Leonardo da Vinci retratado neste livro é uma pessoa real, extraordinária pela pluralidade de interesses e pelo prazer que tinha em combiná-los.
Recorrendo a milhares de páginas dos impressionantes cadernos deixados por Leonardo da Vinci, e atendendo às mais recentes descobertas sobre a sua obra e trajectória de vida, Walter Isaacson revela-nos facetas desconhecidas do artista, desfazendo a aura sobre-humana que lhe é atribuída e mostrando como a genialidade de Leonardo se fundamenta em características bastante «humanas», moldadas por uma enorme vontade e ambição e assentes em habilidades que cada um de nós pode cultivar, não isentas de imperfeições e fraquezas.
Um livro indispensável, não só pela forma única de representar um dos grandes génios da História da Humanidade, mas também enquanto demonstração da capacidade humana de inovar, da importância de aprender e questionar, de imaginar e, sobretudo, de pensar de maneira diferente.
Opinião
Na última edição dos Momentos Wook, não resisti a adquirir uma das novidades literárias deste ano que mais desejava ter, especialmente porque foi possível comprar com desconto imediato de 20%. Usando ainda o saldo que tinha no cartão Wook, o preço final ficou ainda mais simpático. No entanto, estamos a falar de um verdadeiro calhamaço e que vale cada euro do seu custo real.
Estamos a falar de uma biografia exaustiva da vida e da obra do homem mais importante de todo o Renascimento e que melhor incarna a ideia de homem humanista. A primeira ideia que o autor pretende passar é a de que Leonardo da Vinci era um homem normal e não um génio dotado de poderes ou características fora do alcance do comum dos mortais. O grande motor da sua genialidade era a sua curiosidade transversal a todos os domínios do saber.
"Aplicar-lhe a etiqueta de «génio» minimiza-o, curiosamente, ao dar a entender que foi tocado por mão divina. (...) Na verdade, o génio de Leonardo era humano, forjado pela sua vontade e pela sua ambição."
Inclusivamente, ficamos a conhecer as suas origens familiares e a sua pouca educação formal. Nada disso impediu que a sua curiosidade e imaginação ficassem afectadas. Observador exaustivo, com uma obsessão por representar as coisas conforme eram vistas, cedo percebeu que todos os saberes estavam interligados e compreendeu a importância da arte e da ciência caminharem lado a lado.
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Os seus cadernos são famosos e lá se encontra a verdadeira amplitude dos assuntos do seu interesse, com anotações inacreditáveis e desenhos espectaculares, seja de invenções científicas ou de estudos para os seus trabalhos artísticos. É uma pena que nem todos tenham sobrevivido e não seja possível comprá-los e com eles aprender e sermos inspirados pela sua visão única do mundo em que viveu.
"Assim Leonardo se tornou discípulo tanto da experiência como do saber recebido. Mais importante do que isso, percebeu que o progresso da ciência resultava de um diálogo entre aqueles dois. Isso ajudou-o, por sua vez, a compreender que o conhecimento também adivinha de um diálogo correlacionado: aquele entre a experiência e a teoria."
Conviveu com algumas das figuras mais ilustres da sua época, como é o caso de César Bórgia, Maquiavel e Miguel Ângelo. Aliás, tinha uma enorme vontade de conviver com todos os que lhe poderiam ampliar ou fomentar os seus conhecimentos em todas as áreas do saber. Foi através desse cruzamento de saberes que lhe permitiu criar algumas das obras mais icónicas e alguns dos projectos científicos mais arrojados.
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Este livro, além de nos dar uma imagem completa dos vários aspectos da personalidade, da vida e da obra de Leonardo da Vinci, é um verdadeira obra de arte de tão bonita que é. Repleta de ilustrações com imagens das obras que chegaram aos nossos dias e dos seus tão famosos cadernos. Desse modo, fica muito mais fácil compreender as explicações do autor sobre cada um deles.
"Durante os três meses do inverno de 1502-03, como num filme de fantasia histórica, três das mais fascinantes figuras do Renascimento - um filho de papa, brutal e sedento por poder, um astuto e amoral escritor-diplomata e um fascinante pintor com o desejo de ser engenheiro -, estiveram refugiados numa pequena cidade murada e fortificada com cerca de cinco quarteirões de largura e oito de comprimento."
Fez inúmeros planos para escrever tratados sobre pintura, sobre anatomia e outros temas que tal, onde tinha muito para ensinar, mas nunca passou de um projecto que não se deu ao trabalho de organizar. Encheu páginas do seu caderno que nunca reuniu nem procurou publicar devidamente. Recusou trabalhos de ricos mecenas, pintando apenas o que tinha genuína vontade. Muitas pinturas e murais ficaram por terminar, porque o seu espírito inquieto o levava para outro caminho ou porque o seu desejo de perfeição não lhe permitia fazer nada que não considerasse excelente.
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Fez descobertas, algumas séculos antes de terem sido conhecidas, que nunca lhe foram atribuídas inicialmente precisamente por não as ter publicado e divulgado devidamente. No final desta leitura, ficamos a conhecer o homem por trás do génio, compreendemos o tamanho da sua genialidade e podemos retirar importantes lições para as nossas vidas.
Sem margem para dúvida, o melhor livro que li em 2019 foi esta biografia de Leonardo da Vinci.
"Leonardo, ao deambular pela fronteira da fantasia com as suas máquinas voadoras, os projetos hidráulicos e os dispositivos militares, visionou aquilo que os inovadores inventariam séculos mais tarde. E ao recusar-se a produzir obras em série que ainda não aperfeiçoara, firmou uma reputação de génio, em lugar da de mestre artesão. Apreciava mais o desafio da conceção do que o trabalho da concretização."
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