Sinopse
Adonis Johnson nunca conheceu o pai, Apollo Creed, que faleceu antes do seu nascimento. Ainda assim, a luta está no seu sangue e ele decide entrar no mundo das competições profissionais de boxe. Após muito insistir, Adonis consegue convencer Rocky Balboa a ser seu treinador e, enquanto um luta pela glória, o outro luta pela vida.
Opinião
Depois de ter revisto o último filme da saga Rocky, finalmente cedi à curiosidade e decidi dar uma oportunidade a Creed, o novo lutador que nos é apresentado pela lenda que finalmente desistiu de lutar no ringue, e que se encontrava afastado desse mundo dos combates, das competições e títulos mundiais. Lembro-me que na época em que foi lançado muito se falou deste filme no meu grupo de amigos, mas acabei por adiar, talvez por medo do que me esperava, depois do anterior ter sido épico, mas a roçar o improvável.
No entanto, depois de tantas hesitações, decidi-me finalmente e foi um tempo muito bem passado junto do icónico Rocky, experiente, cansado, resignado, e do seu mais jovem amigo, Adonis, filho de um lutador que morreu antes deste nascer, e que, depois da morte da mãe e de ter passado por famílias de acolhimento e lares para órfãos, acaba por ser criado pela esposa do seu pai. Este início de vida conturbado deixa a sua marca no jovem e a vontade de combater, de ser um lutador, nunca o abandona, embora siga formalmente por outros caminhos.
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Só que a dada altura, decide seguir o seu sonho, e abandona o emprego estável e aborrecido, mas seguro e bem pago, e desafia tudo e todos, inclusive a única família que lhe resta, para procurar seguir as pisadas do seu pai, esse pai que nunca conheceu. Para isso, segue rumo a Filadélfia e ao famoso restaurante de Balboa para tentar convencê-lo a ser seu treinador. Aproxima-se sem dizer quem é, de quem é filho, e consegue estabelecer uma amizade improvável com o velho lutador.
Inicialmente, Rocky recusa terminantemente, mas vai cedendo pela insistência do rapaz. Começa por lhe dar dicas de treinos para melhor determinados aspectos, até que o leva ao seu ginásio para treinar e se torna oficialmente seu treinador. Sem querer assumir quem é o seu pai, pois procura reconhecimento por mérito e não pelo seu apelido, aceita um primeiro combate contra outro jovem que treina no mesmo ginásio. Como era o seu primeiro combate a sério e o adversário era mais conhecido no meio, não havia muita expectativa do público, mas tudo muda quando, após o combate, se descobre a sua verdadeira origem.
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Quando a imprensa descobre que Adonis é filho do famoso Apollo Creed gera-se um burburinho e as atenções focam-se nele de uma forma exponencial. É assim que recebe um desafio improvável contra um campeão irlandês, muito mais experiente que ele, e todas as probabilidades estão contra ele. Mas Rocky ensina-lhe que nem tudo se resume a ganhar ou a perder. O combate vale por si mesmo e é a única forma de se desafiar, de se conhecer a si mesmo e aos seus limites. Ao mesmo tempo, temos a luta pessoal de Balboa pela sua vida, na qual é acompanhado e apoiado por Adonis. Uma relação de pai e filho como nunca nenhum dos dois conseguiu experienciar.
A passagem de Rocky de lutador para treinador é feita de uma forma que cumpre a mensagem que todos os filmes anteriores passaram, a mensagem de que é mais importante o que temos no coração, a força de espírito, a perseverança, nunca desistir. Ganhar é só uma consequência, mas está longe de ser o mais importante. Mais do que vencer o adversário, o essencial é vencer a si próprio, ultrapassar as próprias limitações, medos e bloqueios.
Gostei bastante desta mudança de rumo essencial para a saga poder continuar de forma coerente e credível e que assim nos permite continuar a admirar o herói improvável que sempre foi Rocky Balboa. Agora, poderei continuar a ver as sequelas de Creed com a sensação de que não será algo desagradável nem que irá desonrar o legado da série. Agora conta-me tudo, já viste o filme? O que achaste deste novo rumo e deste novo protagonista?