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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

#Filmes - Variações


#Filmes - Variações

Sinopse

António Joaquim Rodrigues Ribeiro nasceu a 3 de Dezembro de 1944, numa pequena aldeia do concelho de Amares, distrito de Braga. Sendo um dos 12 filhos de um casal de camponeses, fez a escola primária e desde cedo se habituou a ajudar no campo. Com 12 anos partiu para Lisboa, onde trabalhou como aprendiz de balconista e caixeiro. Mais tarde cumpriu serviço militar em Angola e, em 1975, viajou por Londres e Amesterdão, onde se descobriu e aprendeu a profissão de barbeiro. 

Regressa a Lisboa em 1977, onde durante o dia trabalha como cabeleireiro e à noite estuda e dedica-se à música. Em 1981, participa no conhecido programa O Passeio dos Alegres, de Júlio Isidro. A sua sonoridade diferente e o seu estilo inigualável fazem-se notar. Em 1982, edita o primeiro single, com os temas Povo que lavas no rio, de Amália Rodrigues (a sua grande inspiração), e Estou além. No ano seguinte, grava o LP Anjo da Guarda, com dez faixas da sua autoria, onde se destacam os êxitos É p'ra amanhã e O corpo é que paga

Um ano depois lança o seu segundo e último álbum, Dar & Receber, com, entre outras, a sua inesquecível Canção de engate. Variações morreu em Lisboa, a 13 de Junho de 1984, devido a uma broncopneumonia. Tinha 39 anos. 

Projecto a que o realizador João Maia se dedicou durante mais de 15 anos, este é um filme biográfico que segue os últimos anos de vida de António Variações, um dos mais aclamados e criativos cantautores em língua portuguesa, que abriu caminho e deixou marcas em várias gerações de artistas.

Opinião

Estávamos no Verão, no calendário pelo menos, quando aqui sugeri este filme e manifestei a minha muita curiosidade sobre ele. Afinal de contas, António Variações é uma figura incontornável da música portuguesa e, claramente, estava muito à frente do seu tempo, o que lhe permitiu deixar-nos um legado intemporal como o que se encontra na sua arte.

Tanto assim é que, apesar do cantor ter morrido em 1984 e eu ter nascido em 1986, o meu imaginário está repleto da sua música e das suas letras com as quais, tantas vezes, me identifico. Numa época em que está tanto na moda revisitar a vida de artistas mundiais, parece-me muito apropriado que se tenha feito o mesmo com o nosso melhor exemplar a romper com os paradigmas e os limites de um Portugal acabado de sair da ditadura.

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O aspecto mais incrível da sua vida artística é que durou apenas seis anos e é lamentável que o tenhamos perdido quando ainda estava no auge da sua criatividade, aos 39 anos de idade. O filme começa na sua infância e na sua terra natal, revelando um pouco do que teria sido a sua vida e as suas inspirações. Essas imagens aparecem como se de um sonho de António se tratasse e ficamos perante o artista adulto e já estabelecido.

#Filmes - Variações com Sérgio Praia

Antes de falar do que gostei ou não gostei no filme, quero enfatizar o brilhantismo de todo o elenco. Sobretudo, o trabalho do Sérgio Praia, como Variações, é espectacular e, por vezes, ficamos com a sensação de que estamos a ver o próprio. Por outro lado, não posso ignorar o talento do Filipe Duarte e a sua capacidade para me fazer apaixonar por personagens. Não poderia ter gostado mais da combinação destes dois actores ao retratarem uma relação nada aceitável na época.

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O guarda-roupa é incrível e retrata bem os anos 80 e o quanto António Variações era excêntrico e detinha um estilo próprio que não deixava ninguém indiferente. A banda sonora não poderia ser melhor ou não fosse uma viagem pelos grandes êxitos do cantor. Mas confesso que esperava mais deste filme.

Os saltos temporais, apesar de imprimir dinâmica, tornam-se confusos por não serem perfeitamente claras as datas. Fica difícil acompanhar estas alterações na cronologia da narração e gostaria de ter visto mais aspectos da sua vida ou os mesmo aspectos mas mais explorados. É tudo contado de uma forma pouco profunda, sem ficar claro o seu percurso pessoal e profissional como efectivamente terá acontecido.

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Por outro lado, a relação de António com a sua mãe é muito bem representada, bem como com as suas raízes minhotas. O facto de estarmos perante um homem que não bebia, não fumava, não consumia drogas, muito responsável com as suas contas, mostra que a criatividade lhe vinha da alma, sem precisar de aditivos de nenhuma espécie. Em suma, é um filme que vale a pena ver, especialmente como forma de mostrar a gerações mais novas o trabalho incrível deste artista que tanto batalhou para poder fazer a sua música.


Quanto ao rigor biográfico, depois de ver o Variações, fiquei com ainda mais vontade de ler o livro de Manuela Gonzaga e descobrir mais factos sobre a vida desta figura portuguesa. Foste ver este filme ao cinema? O que achaste? Conta-me tudo sobre as tuas impressões nos comentários! 

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