Sinopse
No fabuloso live-action da boneca mais famosa do mundo, acompanhamos o dia a dia em Barbieland - o mundo mágico das Barbies, onde todas as versões da boneca vivem em completa harmonia e as suas únicas preocupações são encontrar as melhores roupas para passear com as amigas e curtir intermináveis festas. Porém, uma das bonecas começa a perceber que talvez a sua vida não seja tão perfeita assim, questionando-se sobre o sentido da sua existência e alarmando as suas companheiras. Logo, a sua vida no mundo cor de rosa começa a mudar e, eventualmente, ela sai de Barbieland.
Forçada a viver no mundo real, Barbie precisa lutar com as dificuldades de não ser mais apenas uma boneca - pelo menos ela está acompanhada do seu fiel e amado Ken, que parece cada vez mais fascinado pela vida no novo mundo. Enquanto isso, Barbie tem dificuldades para se ajustar, e precisa enfrentar vários momentos nada coloridos até descobrir que a verdadeira beleza está no interior de cada um.
Opinião
O mundo foi ver Barbie ao Cinema e o filme tem andado nas bocas do mundo, o que tem gerado uma guerra de interpretações e opiniões divididas entre os que adoraram a adaptação e os que detestaram toda a mensagem. Não foi a minha primeira escolha, mas estava no radar devido a toda esta polémica e também porque sempre fui uma criança apaixonada por estas bonecas. O aguardado live-action, dirigido por Greta Gerwig, prometia transportar para o grande écran as icónicas bonecas Barbie duma forma única e empolgante, sendo esperado que encantasse tanto os fãs da famosa boneca, quanto os restantes mortais. Misturando elementos de fantasia, aventura e muita comédia, Barbie apresenta-se como uma releitura contemporânea e empoderadora duma das personagens mais amadas do mundo infantil.
No filme Barbie, a icónica boneca ganha vida na interpretação perfeita da talentosa Margot Robbie, imagem perfeita da boneca estereotipada que retrata. Como imagem original, fio condutor de tudo o que foi criado dentro deste universo da Mattel, ela é retratada como uma mulher moderna, confiante e empoderada, inspirando jovens e adultos de todas as idades com o seu carisma e determinação. Pelo menos, é o que todos acreditam dentro de Barbieland. A sua beleza é apenas uma das muitas qualidades que encantam o público, pois ela também demonstra ser inteligente, corajosa e bondosa. Através da sua jornada no filme, a personagem enfrenta desafios e obstáculos, confrontando-se com a realidade, bem diferente do achavam e viviam na sua perfeita Barbieland, e consegue demonstrar a sua resiliência e perseverança ao longo do caminho.
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Por outro lado e em contraponto, temos o passivo Ken, retratado como elemento acessório, nunca como personagem importante no universo de Barbieland. A desilusão do Ken, interpretado de forma brilhante pelo lindo e talentoso Ryan Gosling, é perceptível desde cedo, inclusivamente porque nota-se que a nossa Barbie não o tem em grande conta, nem parece gostar dele como ele parece gostar dela. A verdade é que os gatilhos para a sua grande crise existencial estão lá todos, só são despoletados e desenvolvidos depois da sua visita ao mundo real, quando entende que o papel dos homens pode ser outro, bem diferente do seu. Deste modo, depois de ser apresentado como o típico parceiro da Barbie, ao longo da trama, ele começa a questionar a sua identidade, propósito e a ter desejos de alcançar um protagonismo e importância que sempre lhe foi negado. Esta abordagem ousada e realista, torna o Ken mais humano e emocionalmente complexo, parecendo mostrar que os padrões e comportamentos se podem repetir tanto no mundo real quanto no ambiente de fantasia de Barbieland.
Os pontos de viragem e momentos emocionantes são evidenciados em diferentes ocasiões e conseguem capturar com sucesso a atenção do público. Desde o início do filme, somos imersos na história da Barbie, com todas as referências escondidas nos recônditos das memórias da infância, naquele mundo fantasioso, onde tudo parece ser perfeito. Mas o inesperado acontece quando a nossa Barbie começa a ter falhas no seu comportamento habitual. Preocupada com o que se passa, com medo dos pensamentos que lhe têm surgido, decide procurar ajuda num lugar onde vamos encontrar muitas das personagens descontinuadas pela Mattel ao longo dos últimos anos. É aí que entende que o seu problema está relacionado com a criança que brinca consigo e que lhe está a transmitir esses problemas. A solução será viajar até ao mundo real, ajudar essa criança e voltar a viver a sua vida cor de rosa feliz e normal.
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Só que essa viagem é reveladora, não só para o Ken como já referi, mas também para a própria Barbie, que entende que a realidade é bem diferente do que todos pensavam. Outro ponto de viragem, além de entender que não está assim tão na moda entre os adolescentes, é quando entende que não tem sido objecto de brincadeiras de uma criança, mas da mãe da criança, mulher adulta com todos os problemas e dilemas que todas vivemos nos dias que correm. É por causa dos pensamentos negativos desta mulher que a Barbie acaba afectada, percebendo que a vida no mundo real é muito mais desafiante para as mulheres do que algum dia poderia ter imaginado antes. O regresso a Barbieland, perseguida pelos homens que mandam na marca, torna-se um novo desafio devido às consequências da revolta do Ken, mas conta com a ajuda das duas humanas que a salvam e que vão ajudar também a salvar este mundo de fantasia, além de nos transmitir uma mensagem importante sobre o que o mundo exige às mulheres, do quanto é impossível alcançar esse ideal doido e psicótico, um ideal que precisa ser rompido para que seja possível um mundo real melhor, mais justo, mais igualitário.
O ambiente é leve, parece uma comédia simples e que exige pouco mentalmente do espectador, mas a verdade é que nos faz pensar em assuntos sérios, mesmo quando parece apenas uma brincadeira. Ainda assim, os figurinos são uma delícia para todas as crianças que cresceram a brincar com estas bonecas icónicas e reconheci muitos visuais, muitas personagens que ainda tenho, uma verdadeira viagem às minhas memórias de brincadeiras, das que guardo com mais carinho e saudade. Os próprios cenários de Barbieland são facilmente reconhecidos e proporcionam um calor ao coração muito agradável. Quanto a assuntos mais sérios, preciso de destacar as excelentes interpretações de todos os actores envolvidos, que conseguem que um mundo de fantasia se torne real diante dos nossos olhos.
Por último, quero só mencionar o papel extraordinário do narrador que interrompe a narrativa com os seus comentários acutilantes, irónicos e que provocam verdadeiras gargalhadas em determinados momentos. Confesso que não ia com muitas expectativas, nem a acreditar que ia ver um filme extraordinário, e sai da sala de cinema muito satisfeita por ter dado uma oportunidade e ter ido ver por mim o real valor deste filme inesperadamente polémico. Agora conta-me, foste ver Barbie? Deixa a tua opinião sobre o filme nos comentários! Quero saber o que achaste da história, dos personagens e da mensagem transmitida.
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