Sinopse
Ambientado nas charnecas inglesas, A Casa da Charneca é a história dos pobres irmãos, Maggie e Edward Browne, e de Frank Buxton, um rico herdeiro de Combehurst. A gentil Maggie é devotada a Edward e trata-o com todo o amor, mas ele é arrogante e egoísta. Um romance comovente e encantador que vai emocionar o leitor.
Opinião
A Casa da Charneca é uma novela escrita por Elizabeth Gaskell, uma famosa autora vitoriana. Publicado em 1850, esta história encantadora transporta os leitores para a paisagem deslumbrante dos brejos ingleses. Através da história duma jovem viúva, a Sr.ª Browne, Gaskell tece uma narrativa sensível sobre amor, perda e superação. Conhecida pelas suas habilidades em retratar as nuances das relações humanas e os desafios enfrentados pelas mulheres de classe média na época, Elizabeth Gaskell conquista o público com a sua subtileza e realismo. Nesta novela, a autora não entrega apenas uma história envolvente, mas também oferece uma visão perspicaz sobre a sociedade da época.
Quando decidi pegar neste livro curto e li o nome da autora, fiquei convencida de que já tinha lido alguma outra obra dela. A verdade é que não, mas o seu nome já me tinha sido referido como referência quando se fala em autores vitorianos e, sobretudo, como a primeira biógrafa das irmãs Brontë. A Literatura Inglesa do século XIX foi marcada por uma série de mudanças sociais, políticas e económicas, e Gaskell foi uma das principais escritoras que capturou com maestria todas essas transformações nos seus romances. Com elementos característicos da literatura vitoriana, como a prosa descritiva detalhada, a preocupação com a moralidade e o ênfase nos valores tradicionais, esta obra de Elizabeth Gaskell destaca-se como um retrato autêntico e perspicaz da Inglaterra vitoriana.
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Aqui, a autora conta a história de Maggie Browne, uma jovem órfã que vive com a mãe viúva e o seu irmão, depois da morte prematura do pai. Longe de serem ricos, Margaret ajuda a cuidar da casa e os recursos precisam de ser bem geridos para poderem prover ao sustento de todos. O seu irmão, adorado pela mãe e pela irmã, é um verdadeiro tirano, que trata estas generosas mulheres como se a sua existência só fosse necessária para o servir. Os anos passam e a ligação com a família do vizinho rico, que era amigo do falecido pai dos jovens, é alimentada pela vontade de ajudar a viúva e pelo desejo de dar oportunidade de crescimento ao rapaz. As crianças crescem próximas, com o jovem Frank Buxton com muito apreço por Maggie, e com consciência do fraco carácter de Edward.
"Muito pouco sabemos do que se passa realmente no ânimo dos nossos amigos, mesmo que sejamos recebidos com intimidade."
Quando Edward já tem idade suficiente para procurar o seu sustento e uma carreira, parte para a cidade, onde sonha alcançar a riqueza fácil e rapidamente. Claro que esta entrada na vida adulta o deixou ainda mais arrogante e prepotente, mesmo quando as suas decisões e escolhas o encaminham para vias perigosas. O dinheiro da família começa a ser absorvido pelo rapaz, deixando a mãe e irmã com sérias dificuldades para se alimentar e sustentar. Enquanto isto acontecia, Margaret tornou-se uma jovem bonita, elegante, serena e de boa índole, que despertou o amor sincero do seu vizinho, amor esse que era por ela retribuído. Apesar da perspectiva deste casamento tão vantajoso para uma família tão modesta, a Senhora Browne nem assim passa a dedicar mais amor, carinho ou atenção à sua filha.
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As peripécias continuam a suceder-se, dando um ritmo rápido à história a dada altura, por se tratar dum livro curto com pouco mais de cem páginas. O pai do rapaz, inundado de desejos e ambições para o seu único filho, mostra-se contrário a esta relação pouco vantajosa social e financeiramente falando. O irmão de Margaret envolve-se em sarilhos sérios, correndo o risco de ser preso e deportado ou até acabar com uma pena de morte como paga pelos seus crimes irresponsáveis. A mãe tem pena pelo destino triste que espera a sua filha, mas a sua adoração por este filho cruel é maior do que tudo. A dada altura, pensei que o desfecho ia ser negro, porque faltavam poucas páginas para o final, e tudo se encaminhava para o pior, pelo menos para a felicidade da nossa sensível protagonista. Mas, a autora, de forma hábil, embora pouco desenvolvida, consegue oferecer um final satisfatório para todos os envolvidos.
"Estimava mais esse filho morto do que todas as filhas do mundo, mesmo boas, felizes e prósperas, como Margaret agora era - rica, muito rica do amor que todos sentem por ela."
A Casa da Charneca deixou um impacto marcante na Literatura Inglesa, presenteando os leitores com uma história de simplicidade e profundidade emocional. Ao retratar personagens que enfrentam desafios da vida quotidiana, como solidão, perda e amor, Gaskell consegue despertar sentimentos universais nos leitores. Além disso, o seu estilo de escrita elegante e as descrições detalhadas das paisagens permitem-nos mergulhar completamente na atmosfera da história. O legado desta obra é notável, pois estabelece Elizabeth Gaskell como uma mestra em retratar as complexidades da vida e das emoções humanas. Este é o livro certo para quem quer conhecer o estilo da autora e para todos os que apreciam romances clássicos e históricos, bem como para os amantes da literatura britânica do século XIX. Além disso, os leitores que gostam de histórias ambientadas em cenários pitorescos e misteriosos, como as charnecas inglesas, encontrarão um verdadeiro deleite nessa obra.
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