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terça-feira, 18 de maio de 2021

#Livros - Gambito de Dama, de Walter Tevis

 

#Livros - Gambito de Dama, de Walter Tevis

Sinopse

Quando a mãe de Beth Harmon, de oito anos, morreu num acidente de viação, a menina é enviada para um orfanato em Mount Sterling, Kentucky. Simples, taciturna e tímida, ao que tudo indica, Beth não se destaca... até jogar a sua primeira partida de xadrez. Os seus sentidos ficam mais aguçados, o pensamento mais claro e, pela primeira vez, ela sente-se totalmente no controlo. 


Sem dinheiro nenhum, Beth está desesperada para aprender mais sobre esse jogo que se tornou a sua vida - roubou uma revista de xadrez, dinheiro suficiente para entrar num torneio e também alguns dos tranquilizantes da mãe adoptiva, nos quais está viciada. 


Aos treze anos, vence um torneio de xadrez; aos dezasseis, compete no US Open Championship; aos dezoito, é campeã dos Estados Unidos e a Rússia espera por ela... Mas, à medida que Beth aprimora as suas habilidades no circuito profissional, as apostas ficam mais altas, o seu isolamento fica mais assustador, as suas incontroláveis adicções e a ideia de escapar tornam-se ainda mais tentadoras. 


Com um ritmo acelerado e escrito com elegância, Gambito de Dama é uma história fascinante disfarçada de romance de xadrez - um romance que não vai poder deixar de ler e com uma conclusão tão elegante e satisfatória quanto um mate em quatro.


Opinião

Depois de ter visto a série e ter ficado fascinada pela personagem Beth Harmon e o seu talento invulgar para o xadrez, fiquei com um desejo enorme de ler o livro, que ainda não existia em português. Felizmente, a Suma de Letras anunciou o lançamento e aproveitei para encomendar o meu exemplar um mês antes, algo que não tenho por hábito fazer. Só que não podia correr o risco de perder este livro e esta leitura. 


Não só porque adorei a série mas, sobretudo, porque em todo o lado se dizia que muitos dos brilhantes diálogos que tinha visto ao longos dos episódios tinham sido retirados quase integralmente do livro. Agora, terminada a leitura, posso confirmar essas afirmações, ainda que não tenham sido colocadas nos mesmos lugares nem atribuídas à personagem que originalmente o diria. 


Podes ver também a minha opinião sobre a série Gambito de Dama


Tal como na adaptação televisiva, tudo começa com o momento em que Beth fica orfã e é levada para o orfanato. No livro sabemos muito pouco sobre a sua família ou sobre a sua vida com a mãe biológica, mas os anos que passa na instituição são bem explorados, com momentos que giram em torno dos calmantes, das poucas amizades que faz e, claro, do xadrez que joga na cave com o senhor Sheibel. 


"Beth estava sempre sozinha; não lhe tinha ocorrido que pudesse haver outra maneira de estar. A maior parte das raparigas andava aos pares ou em grupos de três, mas Beth nunca tinha companhia."


A sua personalidade reservada e o seu interesse exclusivo pelo mundo do xadrez influenciam bastante a sua forma de estar e de se relacionar com os outros. A sua adopção permite-lhe entrar, de forma definitiva, no circuito do desporto profissional e o seu talento transforma-a num fenómeno reconhecido em muito pouco tempo, levando-a num percurso onde vai derrotando campeões regionais e nacionais, grandes mestres, sempre numa espiral ascendente onde só descansará quando derrotar os melhores do mundo, ou seja, os russos


Podes ler ainda a minha opinião sobre O Grande Gatsby


Existem algumas diferenças entre a série e o livro, sobretudo, alguns detalhes que penso terem acrescentado alguma dinâmica à série, e que tornaram a leitura do livro mais estimulante para perceber que outras coisas poderiam acontecer de maneira diferente da que já conhecia. Contudo, encontrei uma diferença bastante interessante e que é reveladora de uma mensagem subliminar que só se encontra na adaptação televisiva. Trata-se da circunstância em torno das primeiras derrotas de Beth contra Borgov. Na série, é dada a ideia de  que são o álcool e os calmantes que a impedem de vencer. No livro, percebemos que apenas não estava preparada para o vencer porque as suas capacidades ainda não tinham sido devidamente exploradas e desenvolvidas. 


"Já não interessava quem jogava com as peças pretas ou se o tabuleiro físico estava em Moscovo ou Nova Iorque ou na cave de um orfanato; aquela imagem eidética era o seu reino." 


Curiosamente, acho que o livro termina com uma porta aberta que iria permitir uma continuação. Por outro lado, a série encerra-se como o fechar de um ciclo perfeito e não é obrigatório que exista uma nova temporada. No entanto, quando penso que não teríamos o autor a contribuir para a nova temporada, preocupa-me que possa ser uma desilusão e destruir a imagem de perfeição com que se fica após esta primeira temporada. Enfim, é esperar para ver o que irá a Netflix fazer quanto ao assunto. 


Já leste o livro? Viste a série? Qual preferes? Gostarias que existisse uma segunda temporada com Beth Harmon? Conta-me tudo nos comentários! 


Encomenda o teu exemplar usando os links abaixo e, sem custos adicionais, irás ajudar à continuação do trabalho deste blog


Wook | Bertrand | Book Depository

2 comentários:

  1. Normalmente gosto de ler o livro primeiro mas desta vez calhou "obrigarem-me" a ver a série antes :) Gostei bastante e honestamente não tenho interesse em ir ler o livro, por muito fiel que seja. Desta vez fico-me pela adaptação :)

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    Respostas
    1. Talvez seja o caso de deixares passar algum tempo e, quando as memórias estiverem mais difusas, dar uma oportunidade ao livro.
      Pela minha parte, assim que terminei de ler, só tinha vontade de rever a série xD

      Beijinhos*

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