Sinopse
Com gravações e depoimentos inéditos do seu círculo íntimo, a estranha morte de uma das actrizes mais famosas na época de ouro de Hollywood pode ter segredos que revelarão a verdadeira causa da sua morte.
Opinião
É impossível ignorar a importância duma mulher que continua a ser protagonista de filmes e documentários passados sessenta anos da sua morte. A sua carreira foi relativamente curta, mas o seu impacto é de tal tamanho que continua a ser o maior símbolo pop do século XX e sinónimo de sensualidade e beleza. Claramente, 2022 foi ano de a recordar e muita coisa foi lançada tendo a sua história trágica e misteriosa por base. É o caso deste documentário, O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas, que se propõe a partilhar as descobertas feitas tendo por base inúmeras entrevistas feitas por um jornalista.
Trata-se de Anthony Summers e da pesquisa que fez para escrever Goddess, a biografia sobre a estrela de Hollywood. No documentário, este jornalista dá voz ao seu processo de pesquisa que foi difícil porque ninguém desejava falar sobre a morte de Marilyn. O silêncio das pessoas mais próximas da actriz nessa época, aguçou a sua curiosidade e a certeza de que existiam coisas por contar sobre esse assunto. Tendo essa consciência, decide percorrer o caminho inverso e começar pelo início de carreira, contactando as pessoas que lhe deram oportunidades e abriram portas e recolhendo o seu testemunho sobre a mulher que se tornou num mito.
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É assim que percorremos o caminho da sua ascensão, através dos relatos de figuras que presenciaram e até influenciaram a sua carreira ao longo dos anos. São testemunhos interessantes e que nos ajudam a traçar um retrato da mulher por trás das lendas e mitos urbanos criados em Hollywood. Fica muito claro que Marilyn era uma mulher determinada, trabalhadora, esforçada, dedicada e com um desejo gigante de se tornar numa grande actriz de verdade. A sua infância conturbada também é abordada, embora os relatos sejam de quem ouviu o que Monroe contava, não de quem a conheceu nessa época.
Evidentemente, que os seus relacionamentos amorosos também estão em destaque, sobretudo os casamentos repletos de escândalos com Joe DiMaggio e Arthur Miller. O que procurava Marilyn num marido? O que tinham de ter para a atrair e seduzir? Não temos respostas definitivas nem podemos concluir muita coisa pelas relações que lhe conhecemos. No entanto, percebe-se que procura estabilidade, uma família tradicional como não teve, mesmo que existam dúvidas se saberia o que fazer com essa família na sua vida, em conjugação com os seus projectos e sonhos cinematográficos.
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A sua ligação com os irmãos Kennedy é muito explorada através de registos recolhidos pelas agências secretas americanas, que vigiavam a movimentação de Marilyn desde o seu casamento com Miller, autor ligado à esquerda e ao comunismo. Os próprios irmãos, devido ao cargo que ocupam, também são vigiados para sua protecção, e por isso encontramos vários registos dos encontros e, de certa forma, da dinâmica da relação deste trio. Talvez este tenha sido o aspecto que mais me surpreendeu, porque a sua relação com o presidente dos Estados Unidos foi sempre muito badalada, enquanto que a relação com o irmão Bob, pareceu-me sempre mais um rumor. Aqui, ficamos a saber que sim existiu uma relação, até mais intensa e recorrente do que a que teve com John.
Apesar de termos a percepção de que Marilyn via a sua sexualidade de forma natural, mais próxima dos padrões de hoje do que os da sua época, não deixa de ser chocante perceber que manteve uma relação com os dois irmãos no mesmo período de tempo. Ora com um, ora com outro. Sobretudo, considero estranho quando existe testemunhos de que a actriz estaria apaixonada por Bob. O documentário não apresenta nada de verdadeiramente novo ou que, pelo menos, nos esclareça de facto sobre o que aconteceu nessa noite, se existem outras pessoas envolvidas ou se existem bases para acreditarmos que tenha sido um crime, acidente ou suicídio.
Ainda assim, é um documento que nos permite conhecer melhor esta mulher, a sua vida e o que levou ao seu triste final tão precoce. Muito melhor que o filme de ficção, as gravações são interessantes para construirmos uma personalidade mais real, até porque são apresentadas também conversas dela própria e fotos menos famosas. Fica a certeza de que existirão aspectos que nunca saberemos, que a verdade nos escapa por entre os dedos e que, apesar disso ou por causa disso, continuaremos a ouvir falar de Monroe durante muitos mais anos. Já viste este documentário? O que achaste sobre o que trouxe de novo? Gostas deste género? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre esta mulher misteriosa e imortal!
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