Sinopse
Após uma infância traumática, Norma Jeane Mortenson torna-se actriz, na Hollywood dos anos 1950 e início dos anos 1960. Ela transformou-se numa figura mundialmente famosa, sob o nome artístico de Marilyn Monroe. Todavia, por trás dos holofotes da fama, a actriz vivia guerras pessoais, e as suas aparições nas telas contrastam fortemente com os problemas de amor, exploração, abuso de poder e dependência de drogas que ela enfrentava na sua vida privada. Blonde reimagina corajosamente a vida de um dos símbolos mais duradouros de Hollywood, da sua infância volátil como Norma Jeane, até à sua ascensão ao estrelato e envolvimentos românticos, o filme apresenta-se como uma especulação da vida da sex symbol, actriz e modelo.
Uma história reimaginada da vida privada de Monroe, o filme é um retrato fictício da vida do ícone da década de 50 e 60, contado através das lentes modernas da cultura das celebridades. Baseado no livro homónimo de Joyce Carol Oates.
Opinião
Assim que soube que o filme Blonde ia estrear em 2022, fiquei com muita curiosidade sobre ele, ou não fosse a figura central o maior ícone feminino do século XX. Marilyn Monroe tornou-se numa imagem conhecida em todo o mundo, mesmo tantos anos passados da sua trágica morte, algo extraordinário se pensarmos que teve uma vida curta e uma carreira ainda mais curta. A sua sensualidade e até sexualidade notória na sua imagem pública, foram usados e explorados por Hollywood e tornaram-se num ícone da cultura popular.
As expectativas estavam muito altas e, talvez por isso, foram um tanto ou quanto defraudadas. Acredito que o problema é que esperava um filme baseado na vida da actriz, quando o que nos foi apresentado foi uma adaptação de um livro que se apresentou como uma biografia ficcionada ou romance biográfico, contendo alguns factos, mas romantizando e inventando muitos aspectos que nos são revelados. Como ainda não li o livro da Joyce Carol Oates, não sei até que ponto tudo o que vemos no filme vem de lá, mas de qualquer modo não convence.
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A sensação de dor, de violência, de abandono e a falta de amor sente-se desde o primeiro minuto, quando ainda estamos a ver a infância de Norma Jeane. Todas estas sensações estão presentes em todo o filme, durante as quase três horas, são momentos maus, atrás de péssimos, pontuados apenas com segundos de felicidade ou de alguma tranquilidade. Temos um sentimento de constante negatividade que retira o impacto que determinados momentos poderiam ter, pois depois de passarmos uma hora, hora e meia, a ver tanta angústia e tantos distúrbios mentais, já não se dá valor às tragédias que continuam a suceder à sua volta. É como se fosse mais do mesmo.
O filme tem uma fotografia incrível e que consegue transmitir na perfeição o que se pretende mostrar que acontece na mente de Monroe. A sua psicose, as suas ilusões destruídas, as suas decisões controversas, os momentos de auto-destruição, tudo é filmado com muita intensidade, só que como compõe 80% do filme, perde o seu poder. Em contrapartida, os momentos felizes são ultra aborrecidos e pouco realistas, como se não fizessem parte, de facto, da vida da protagonista. Também no enredo, são deixadas pontas soltas, relações não resolvidas aos olhos do espectador, ciclos por encerrar com clareza. No fundo, o filme perde a paixão que desperta no início conforme os minutos vão passando.
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O que precisa ser destacado pela positiva é o guarda-roupa que recria alguns dos looks mais memoráveis da estrela de Hollywood, como o vestido branco esvoaçando na saída de ar do Metro, ou o vestido cor-de-rosa que usou no filme Os Homens Preferem as Loiras, ou o vestido cravejado que foi usado na noite em que cantou os Parabéns ao então presidente Kennedy - embora essa cena não apareça no filme, só o vestido e, mais tarde, o próprio presidente. Isto só para dar alguns exemplos que me vieram de memória imediatamente, mas muitos outros aparecem ao longo de todo o filme, expondo o quanto esta mulher marcou a moda da época até aos dias de hoje.
Por último, e mais importante porque carrega o filme nas costas, temos a interpretação sublime de Ana de Armas. O seu trabalho de estudo profundo sobre Marilyn Monroe é visível em todas as suas cenas, que são praticamente todo o filme. Conseguiu captar os gestos, trejeitos, até um certo olhar de menina, por vezes perdida, outras sedutora e fatal. Apesar de não me sentir minimamente satisfeita pelo filme nem pela história que ele conta, que me parece pouco credível e fantasiada, fiquei totalmente arrebatada pelo talento da jovem actriz que conseguiu encarnar de tal forma a sua personagem que quase nos faz esquecer que não era a própria Marilyn que estávamos a ver no ecrã.
Posto isto, recomendo que vejas com os teus olhos, mas espero que não vás com as expectativas muito altas, porque duvido que Blonde consiga superá-las nem tão pouco chegar perto de as alcançar. Apesar disso, vale a pena pela recriação de alguns momentos icónicos da História do Cinema e pela interpretação da protagonista. Já viste o filme ou planeias ver? O que achaste desta história maluca? Convenceu-te ou nem por isso? Conta-me tudo nos comentários e vamos conversar sobre Blonde!
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