Sinopse
Filha do poderoso Afonso VI, rei de Leão e Castela, e de D. Ximena Moniz, e irmã da rainha D. Urraca, a infanta D. Teresa assistiu de muito perto e interveio, por vezes de forma enérgica, nas sucessivas e complexas conjunturas que moldaram o processo histórico peninsular, entre o derradeiro quartel do século XI e as primeiras décadas da centúria seguinte.
Tendo ficado viúva de D. Henrique de Borgonha em 1112, D. Teresa logo assumiu as tarefas governativas do condado, procurando dar continuidade ao essencial das políticas de seu marido. Neste contexto, não deixou também de cultivar ambições régias, muito provavelmente relacionadas com uma eventual restauração do antigo reino da Galiza.
A história posterior, em razão sobretudo da fundação da monarquia portuguesa, levou a que o seu governo fosse tradicionalmente interpretado como uma espécie de período intermédio entre dois tempos grandes, o de D. Henrique e, muito em particular, o de seu filho, D. Afonso Henriques.
Esta biografia revela-nos D. Teresa, a condessa-rainha, como uma personagem política fascinante, dotada de características singulares, que viveu e influenciou os momentos mais decisivos da formação do reino de Portugal.
Opinião
Começo por dizer que este livro foi-me gentilmente cedido pela Bertrand Editora e faz parte da colecção de biografias das Rainhas de Portugal. Claro que esta oferta, como é hábito, não afecta em nada a opinião que irei partilhar contigo. Antes de passar à opinião propriamente dita, quero parabenizar a Temas e Debates por se dedicar à publicação destas biografias, género tão pouco explorado em Portugal.
Para começar é preciso lembrar que estamos a falar de uma personagem histórica que está intimamente ligada à criação do nosso país enquanto Estado independente e que viveu há cerca de novecentos anos. Estamos a falar de uma época historicamente longínqua, onde existem poucas fontes fidedignas nas quais podemos apoiar as conclusões e procurar reconstruir os acontecimentos de então. Não será tarefa fácil, sobretudo porque estamos a falar de uma mulher que agarrou o seu destino nas mãos, assumiu-se como filha de um rei, não abriu mão da sua herança e cedo se começou a intitular de rainha por direito próprio.
Podes ler ainda a minha opinião sonbre a biografia de Carlota Joaquina e Leopoldina de Habsburgo
Pelas razões que enumerei, esta não é uma biografia clássica pela escassez de documentos históricos datados da época. Afinal, pouco chegou aos nossos dias, no entanto, foi através dessas fontes que os autores procuraram traçar a cronologia dos acontecimentos, sem procurar especular ou incentivar teorias que não seja possível comprovar.
Além dos acontecimentos históricos que acabam por ser do conhecimento geral de todos os que estudaram História de Portugal na escola, tudo começa com uma genealogia tanto de D. Teresa como do Conde D. Henrique, mostrando de que casas nobres faziam parte e a que famílias pertenciam. Também ficamos a conhecer os nobres e as principais figuras da corte do então Condado Portucalense, figuras que ganharam destaque quando o nosso D. Afonso Henriques declarou a independência com o apoio dos que o rodeavam.
Descobre a minha opinião sobre D. Teresa
O que fica claro ao ler esta biografia é que Teresa foi uma mulher à frente do seu tempo, que não pretendia ser um mero peão no tabuleiro do poder. Pretendia reinar e comandar o seu condado e competia directamente com a sua meia-irmã e rainha de Castela. O que acontece é que viveu numa época em que a História era escrita por homens e, como tal, a imagem que chegou até nós não é a mais positiva. Afinal, não se esperava que uma mulher procurasse ter protagonismo por si só, sem estar associada a um marido mais poderoso.
Mais uma vez, esta foi uma experiência de leitura incrível, pautada pelo rigor histórico mas sem se tornar menos interessante por causa disso. Numa edição cuidada, repleta de imagens sobre Teresa, é um livro imperdível para quem gosta de História e de biografias. Não imagino que fosse possível fazer melhor com o pouco que restou desses tempos antigos.
Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 10% de desconto imediato e portes grátis.
Para começar é preciso lembrar que estamos a falar de uma personagem histórica que está intimamente ligada à criação do nosso país enquanto Estado independente e que viveu há cerca de novecentos anos. Estamos a falar de uma época historicamente longínqua, onde existem poucas fontes fidedignas nas quais podemos apoiar as conclusões e procurar reconstruir os acontecimentos de então. Não será tarefa fácil, sobretudo porque estamos a falar de uma mulher que agarrou o seu destino nas mãos, assumiu-se como filha de um rei, não abriu mão da sua herança e cedo se começou a intitular de rainha por direito próprio.
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Pelas razões que enumerei, esta não é uma biografia clássica pela escassez de documentos históricos datados da época. Afinal, pouco chegou aos nossos dias, no entanto, foi através dessas fontes que os autores procuraram traçar a cronologia dos acontecimentos, sem procurar especular ou incentivar teorias que não seja possível comprovar.
Além dos acontecimentos históricos que acabam por ser do conhecimento geral de todos os que estudaram História de Portugal na escola, tudo começa com uma genealogia tanto de D. Teresa como do Conde D. Henrique, mostrando de que casas nobres faziam parte e a que famílias pertenciam. Também ficamos a conhecer os nobres e as principais figuras da corte do então Condado Portucalense, figuras que ganharam destaque quando o nosso D. Afonso Henriques declarou a independência com o apoio dos que o rodeavam.
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O que fica claro ao ler esta biografia é que Teresa foi uma mulher à frente do seu tempo, que não pretendia ser um mero peão no tabuleiro do poder. Pretendia reinar e comandar o seu condado e competia directamente com a sua meia-irmã e rainha de Castela. O que acontece é que viveu numa época em que a História era escrita por homens e, como tal, a imagem que chegou até nós não é a mais positiva. Afinal, não se esperava que uma mulher procurasse ter protagonismo por si só, sem estar associada a um marido mais poderoso.
Mais uma vez, esta foi uma experiência de leitura incrível, pautada pelo rigor histórico mas sem se tornar menos interessante por causa disso. Numa edição cuidada, repleta de imagens sobre Teresa, é um livro imperdível para quem gosta de História e de biografias. Não imagino que fosse possível fazer melhor com o pouco que restou desses tempos antigos.
"Vários investigadores destacaram já os numerosos paralelismos existentes entres as «carreiras públicas» das duas infantas, não deixando de sublinhar, também, quão adversas se lhes apresentaram normalmente as conjunturas em que se movimentaram. A este facto não foi por certo alheia a sua condição de mulheres, de mulheres que adquiriram muito poder e que fizeram questão de o exercer, integradas em um universo político dominado quase sem excepções por homens, e que, em termos práticos, apenas considerava como inteiramente legítima a sua dimensão masculina."
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