Sinopse
A infâmia é um veneno que nos corre no sangue...
É o preço a pagar por sermos Bórgias.
C. W. Gortner revela-nos a história fascinante de uma das mais poderosas famílias do Renascimento, que dominou a política e a sociedade da época. Movidos por uma sede desenfreada de poder, os Bórgias cometeram os pecados mais cruéis, tornando-se sinónimo de intriga, perfídia e delito.
Com a controversa eleição de Rodrigo Bórgia como papa Alexandre VI, os Bórgias alcançam uma posição privilegiada na corte papal, dando início a uma nova era na cidade eterna. Mas Roma acaba por revelar-se tão encantadora quanto perigosa.
Perante a ameaça de uma invasão francesa, Rodrigo, pai da jovem e inocente Lucrécia, é obrigado a casá-la com um adversário poderoso, tornando-a um mero peão num perigoso jogo de poder. Contudo, quando as acusações escandalosas de assassinato e incesto de que Lucrécia é alvo ameaçam aqueles que ama, somente a sua astúcia e inteligência a poderão salvar.
Conseguirá a jovem princesa fugir ao destino fatal que lhe foi imposto à nascença pelo seu sangue Bórgia?
Opinião
Depois de ter sido um dos livros sugeridos numa Banda Sonora da Semana, é chegada a hora de conversarmos sobre o próprio. Neste livro iremos ficar a conhecer uma das figuras mais misteriosas da História, Lucrécia Bórgia, a filha do Papa Alexandre VI, conhecida como princesa do Vaticano. Começo por dizer que pouco se sabe sobre esta mulher, especialmente no que toca às ligações familiares com o pai e os irmãos, portanto, vamos falar sobre a versão criada por C. W. Gortner em torno deste mito italiano.A primeira coisa que causa estranheza é o facto de homens da Igreja terem uma série de filhos, de forma assumida e pública. E que esse tipo de homem, com um histórico desses, chega a Papa é algo desconcertante para quem vive no século XXI. Mas temos de pensar que os tempos eram outros e a corrupção era algo muito mais aceite e que era feita à luz do dia.
Então, tudo começa com a infância de Lucrécia, criada longe da mãe, mas com as visitas frequentes do pai. Aliás, as relações com pai e mãe não poderiam ser mais contrárias. Se tinha uma adoração pelo pai, com a mãe a relação não era nada agradável e fica subentendido que existia uma grande dose de ciúmes à mistura. Os pais tinham deixado de ser amantes, mas Lucrécia continuava a ser a filha adorada e vivia como tal, cercada por todos os cuidados.
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Após a ascensão do seu pai ao papado, passou a ser um peão, como todas as mulheres solteiras são, e alianças eram prometidas junto com a sua mão. No entanto, parecia ter sempre poder de decisão, só que acedia a participar nos planos do pai por dever para com a família, prova de que a sua educação tinha dado frutos e essas ligações familiares eram as mais importantes para si.
Apesar de ser a filha favorita de seu pai, à sua volta pairavam os dois irmãos, Juan e César. O primeiro era o mais favorecido, o segundo sentia-se sempre posto de lado. A rivalidade entre os dois era gigante e alimentou muitas polémicas no que diz respeito a esta família. Aliás, César Bórgia serviu de inspiração, como modelo, para que Maquiavel escreve-se O Príncipe.
É este triângulo entre irmãos que fomenta a lenda e alimenta a história aqui narrada. Através deles e do seu pai, ascenderam aos lugares mais altos, tendo em conta as suas origens humildes, e ainda assistiram à queda da família que, depois deles, passou a ser insignificante no que toca ao poder. Ao longo do livro assistimos ao crescimento de Lucrécia, mas também aos bastidores do poder no Vaticano e às lutas constantes em Itália.
Este é um livro muito interessante sobre uma mulher que ganhou uma péssima fama, mas que não passou dum peão nas mãos dos Bórgias, tendo sobrevivido, apesar disso, à sua queda. Gosto bastante da escrita deste autor, mas incomoda-me um pouco este seu hábito de parar de narrar a vida da sua protagonista quando ainda existiam coisas a dizer e descobrir. Começo a achar que é um padrão na sua obra e isso aborrece-me.
Apesar disso, considero uma excelente leitura para todos os amantes de romances históricos, como eu, e conto continuar a ler mais livros deste autor. Que livros leste de Gortner? Qual o teu favorito?
"Não cometas o erro de achar que és única. (...) Quando somos jovens, achamos que o mundo gira à nossa volta, mas a vida tem uma maneira muito própria de nos ensinar quem é mais forte. Apesar de tudo, não passas de uma mulher. Se falhares, ninguém te concederá uma segunda oportunidade."
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