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terça-feira, 22 de outubro de 2024

#Livros - O Livro Negro, de Hilary Mantel

 

A capa do livro "O Livro Negro" (título original "Bring Up the Bodies") de Hilary Mantel apresenta um design impactante com um fundo vibrante em tons de laranja e verde. Em destaque, o título do livro e o nome da autora estão dispostos em uma tipografia elegante, refletindo a atmosfera histórica e dramática da obra. A composição visual sugere uma mistura de emoção e complexidade, convidando o leitor a mergulhar nas intrigas da corte Tudor e na vida de Thomas Cromwell. A paleta de cores empolgante e o estilo sofisticado da capa tornam este livro uma peça marcante na estante.

Sinopse

O Livro Negro foi distinguido com prestigiado Man Booker Prize em 2012, tornando Hilary Mantel o primeiro autor britânico e a primeira mulher a receber por duas vezes este importante prémio literário. 

Em 1535, Thomas Cromwell é o primeiro-ministro de Henry VIII. A situação favorável em que se encontra coincide com a ascensão de Anne Boleyn, a nova mulher do rei. Mas como Anne não consegue dar um herdeiro ao rei, Cromwell acaba por assistir, vigilante, ao enamoramento de Henry por Jane Seymour. 

Thomas Cromwell tem de encontrar uma solução que satisfaça o rei, mas que também proteja a nação e ao mesmo tempo assegure a sua carreira. Mas nem ele nem o rei sairão incólumes da encenação sangrenta que marca os últimos dias de Anne Boleyn. 

Um estrondoso feito literário, O Livro Negro narra a história de um dos mais terríveis acontecimentos da História, contada por uma das grandes romancistas do nosso tempo. 


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Opinião 

O Livro Negro, de Hilary Mantel, é o segundo volume da trilogia que retrata a vida de Thomas Cromwell, o astuto conselheiro de Henrique VIII. Publicado em 2012, o livro rapidamente conquistou a crítica e o público, consolidando a reputação de Mantel como uma das grandes vozes da literatura contemporânea. Aqui, a autora continua a explorar a complexa intriga da corte inglesa, os dilemas morais e as maquinações políticas que cercam o reinado do controverso Henrique VIII, aprofundando ainda mais a rica tapeçaria de personagens e eventos emblemáticos que fazem parte desta fascinante era. Com esta trilogia, Hilary Mantel ganhou notoriedade internacional, com a sua abordagem única à História que revitalizou o interesse pela dinastia Tudor e ainda desafiou as convenções narrativas, permitindo uma nova compreensão dos personagens históricos. 


Iniciado em Wolf Hall, onde somos apresentados à infância e juventude de Cromwell, assim como à sua ascensão como conselheiro influente, O Livro Negro aprofunda-se nas intrigas políticas e pessoais que cercam o casamento do rei com Anne Bolena. A trama, marcada por tensões e traições, reflete a complexidade das relações de poder na Inglaterra do século XVI, enquanto prenuncia os eventos que levarão à decadência de Ana e à ascensão de novos personagens e circunstâncias chave que serão explorados em O Espelho e a Luz. Passada na década de 1530, vemos como, à medida que a relação de Henrique e Ana se deteriora, Cromwell se vê envolvido num jogo pérfido de traições e conspirações, onde as lealdades são constantemente testadas. 


Podes ler também a minha opinião sobre Wolf Hall 


Como já referido, Thomas Cromwell, o astuto e ambicioso conselheiro do rei, é o protagonista cujo intelecto e pragmatismo o levam a navegar habilmente nas águas traiçoeiras da política da sua época. A sua relação com Henrique VIII é central, marcada por uma lealdade estratégica e uma busca contínua por poder. Ana Bolena, a rainha polémica, é outra figura central, cujas aspirações e vulnerabilidades se entrelaçam com as manobras de Cromwell, criando uma dinâmica de tensão e dependência, ainda que involuntária. A obra explora, com maestria como o poder é conquistado e exercido, oscilando entre alianças e traições. A luta pelo controlo político é implacável, que acontece num ambiente de tensão constante, muitas vezes alimentada pelo próprio rei, de quem provém todo o poder e influência e que pode levar à ruína e à destruição de famílias inteiras. 


"Ele pensa, Catarina deve ser da minha idade ou à volta disso. Mas a vida é mais severa para com as mulheres, particularmente para com mulheres que, como Catarina, foram abençoadas com muitos filhos e os viram morrer." 


Como aconteceu no livro anterior, Hilary Mantel apresenta uma escrita magistral que combina uma narrativa envolvente com uma linguagem rica e evocativa. Marcada por uma atenção meticulosa aos detalhes, a sua prosa transporta-nos para a Inglaterra do século XVI com uma vivacidade impressionante. A sua capacidade de criar cenas claras é complementada por um fluxo narrativo que mistura passado e presente, oferecendo um vislumbre das verdadeiras motivações do nosso protagonista. A perspectiva narrativa é profundamente imersiva, sendo predominantemente na primeira pessoa, o que nos permite entrar na mente de Cromwell e observar não só as suas acções, mas também as suas reflexões, dúvidas e motivações. Esta escolha narrativa proporciona uma conexão íntima e intensa com o protagonista, revelando as nuances do seu carácter e a profundidade das suas ambições, enquanto enfrenta os desafios impostos pelo corte e pelas constantes mudanças de lealdade. 


Podes ler ainda a minha opinião sobre A Maldição do Rei


Quanto aos personagens, tenho de destacar o nosso protagonista, Thomas Cromwell, de origens humildes, ascende ao poder duma forma surpreendente, e que só agora entendo o quanto é inaudito depois desta leitura. Mantel retrata-o como um homem guiado por lealdades instáveis e um profundo entendimento da natureza humana, o que o torna tanto um manipulador quanto um protetor. São nos oferecidos vislumbres da sua vulnerabilidade, que revelam um homem que, apesar da sua frieza estratégica, carrega cicatrizes emocionais do seu passado. Com a progressão da história, a autora expõe brilhantemente as complexidades emocionais e políticas de cada figura, ao mostrar como as suas escolhas moldam não só os seus destinos, mas também o futuro da monarquia inglesa. 


"Sempre teve Anne em grande consideração como estratega. Nunca acreditou nela como uma mulher apaixonada, espontânea. Tudo o que faz é calculado, como tudo o que ele faz. Nota, como tem notado todos estes anos, o cuidadoso emprego dos seus olhos faiscantes. Pergunta a si mesmo o que será necessário para a pôr em pânico." 


Depois de termos assistido à queda de Catarina de Aragão e à ascensão de Anne Bolena no coração do rei em Wolf Hall, neste segundo volume da trilogia surge uma atmosfera de tensão crescente à medida que o retrato de Henrique VIII se torna mais sombrio e as intrigas em torno de Anne se intensificam, com a aprovação do rei e a ajuda do seu conselheiro, que tudo fará para que o seu rei tenha o que deseja. Tudo isto permeado pelo clima perigoso relativo às reformas na Igreja da Inglaterra, onde cada avanço tem de ser feito com ponderação, pois a qualquer momento o rei poderá mudar de ideias e voltar a considerar como heresias os novos pensamentos. 


Em suma, esta foi uma experiência de leitura profundamente envolvente e imersiva. A autora constrói uma narrativa rica em detalhes históricos, além de nos oferecer uma visão íntima dos dilemas morais e das complexidades humanas que permeiam a política e o poder na era Tudor. Através dos olhos de Thomas Cromwell somos levados a observar as nuances da lealdade e da traição, e a fragilidade das relações humanas num cenário tão volátil quanto a corte de Henrique VIII. Esta trilogia é uma leitura indispensável para os amantes de História, sobretudo os fascinados pela era Tudor, como eu sou, e que não resistem a um bom romance histórico. A prosa elaborada de Mantel e as suas personagens multifacetadas também atrairão fãs de ficção literária que procuram profundidade psicológica e reflexão sobre poder, ambição e moralidade. Se procuras uma leitura que estimule a mente e o espírito, tens aqui o livro certo. 


Agora quero-te convidar a partilhares as tuas opiniões sobre este livro incrível. Já leste esta trilogia? O que achaste deste segundo volume? Qual o momento que mais te impactou durante a leitura? Como percebeste a evolução de Thomas Cromwell ao longo da trama? Deixa o teu comentário abaixo! 


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Wook | Bertrand 

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