Sinopse
Um tratado clássico sobre a política ou a arte de bem governar que, embora tenha sido escrito no século XVI, mantém toda a sua actualidade, podendo facilmente transpor-se para os dias de hoje. Inspirado na figura de César Bórgia e na admiração desmedida que manifestava por ele, Maquiavel faz uma abordagem racional para aconselhar os aspirantes a líderes, desenvolvendo argumentos lógicos e alternativas para uma série de potenciais problemas, a forma de lidar com os domínios adquiridos e o tratamento a dar aos povos conquistados, de modo a consolidar o poder. Obra de referência e de um pragmatismo radical e implacável.
Opinião
Hoje, estamos perante uma obra que marcou e determinou o pensamento de tal forma que consegue ser actual até hoje. É um tratado político, mas está longe de ser chato e aborrecido. Além disso, tem uma linguagem de fácil entendimento e é bem curtinho. A minha edição é de bolso e tem pouco mais de cem páginas, por isso, lê-se bem rápido e penso que deve ser uma leitura obrigatória para todos os que pretendem liderar, ainda que não seja um país.
O meu exemplar é bem antigo e tem o bónus, que não encontrei em nenhuma das edições disponíveis actualmente no mercado, de estarem incluídas as anotações feitas por Napoleão Bonaparte. E apesar do livro valer por si próprio, estas anotações conferiram outra dinâmica à leitura. Através delas temos momentos de humor e percebemos também a visão de Napoleão sobre os ensinamentos de Maquiavel.
Para percebermos melhor a importância que O Príncipe e os princípios nele contidos, a palavra maquiavélico tem origem no nome do seu autor e essa conotação negativa foi atribuída devido à visão sobre a governação que partilhou neste livro. Dá que pensar o poder que uma obra escrita no século XV conseguiu manter e, apesar de escrito a pensar na realidade italiana, torna-se transversal e aqui encontramos as bases para a política moderna.
Podes ver também os 20 Clássicos que me faltam ler
Aqui se quebrou com muitos dos princípios medievais e se coloca uma figura central, um déspota ou príncipe, onde se reuniriam todos os poderes e se legitima o uso da violência como forma de subjugar os povos. É importante não esquecer o contexto histórico em que esta obra foi escrita, pois a Itália ainda não era um país unificado, bem como muitos dos países que hoje conhecemos na Europa ainda não estavam definidos.
Podes ter uma ideia melhor do contexto histórico desta obra no vídeo do canal Ler Antes de Morrer
Logo, aqui se defende formas de conquistar um reino e, mais importante que isso, as melhores tácticas para manter o controlo sobre esses territórios, em diferentes contextos e circunstâncias. Muitas afirmações ficam a pairar nas nossas cabeças mesmo depois de pousar o livro e são reveladoras da mentalidade da sua época. Podem ser chocantes de ler nos dias de hoje que nos consideramos muito civilizados, mas o que mais me choca é constatar que ainda são aplicadas em pleno século XXI.
Aliás, este livro pode ser curto mas está repleto de frases icónicas e sobre as quais apetece reflectir. Pela minha parte, foram bastantes e tive mesmo de me controlar para não acabar a assinalar o livro de uma ponta à outra. Mas a verdade é que é fácil perceber a mensagem que se quer passar e perceber o quanto inspirou figuras como Napoleão ou Hitler na sua busca por poder de forma absoluta.
A sua forma polémica de manipular conceitos como virtude, bem e mal, retirando a sua conotação moral e religiosa, e dando-lhe flexibilidade para se adaptar aos interesses de quem governa e se quer manter no poder, é talvez a grande razão para ter sido tão criticado e ter ganho a má fama que carrega até aos dias de hoje. No entanto, é graças à sua teorização destes conceitos na forma de livro e com uma linguagem simples e acessível que somos capazes de entender melhor os políticos, sejam de origem monárquica ou republicana, que temos tido ao longo dos tempos.
Pessoalmente, consigo perceber a causa de tantas críticas mas não acho que sejam fundamentadas, pois Maquiavel não criou estes conceitos. Tudo isto sempre foi posto em prática, só não se encontrava exposto aos olhos de todos nós, meros mortais. Esta é mesmo uma obra de leitura obrigatória para todos os que querem entender melhor a política, o poder e as formas de governar e liderar.
Já leste esta obra intemporal de Maquiavel? Com que opinião ficaste sobre O Príncipe?
Podes encomendar o teu exemplar na Wook, com 30% de desconto. Ou a versão em inglês na Book Depository, com portes grátis para todo o mundo.
O meu exemplar é bem antigo e tem o bónus, que não encontrei em nenhuma das edições disponíveis actualmente no mercado, de estarem incluídas as anotações feitas por Napoleão Bonaparte. E apesar do livro valer por si próprio, estas anotações conferiram outra dinâmica à leitura. Através delas temos momentos de humor e percebemos também a visão de Napoleão sobre os ensinamentos de Maquiavel.
Para percebermos melhor a importância que O Príncipe e os princípios nele contidos, a palavra maquiavélico tem origem no nome do seu autor e essa conotação negativa foi atribuída devido à visão sobre a governação que partilhou neste livro. Dá que pensar o poder que uma obra escrita no século XV conseguiu manter e, apesar de escrito a pensar na realidade italiana, torna-se transversal e aqui encontramos as bases para a política moderna.
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"Enquanto no norte da Europa o Renascimento produz pensadores políticos como Erasmo, que defende a noção da liberdade cristã, e Thomas Moore, que sonha uma utopia igualitária, Maquiavel, na Itália subdividida e internamente enfraquecida, teoriza o Estado despótico, com base na violência."
Aqui se quebrou com muitos dos princípios medievais e se coloca uma figura central, um déspota ou príncipe, onde se reuniriam todos os poderes e se legitima o uso da violência como forma de subjugar os povos. É importante não esquecer o contexto histórico em que esta obra foi escrita, pois a Itália ainda não era um país unificado, bem como muitos dos países que hoje conhecemos na Europa ainda não estavam definidos.
Podes ter uma ideia melhor do contexto histórico desta obra no vídeo do canal Ler Antes de Morrer
Logo, aqui se defende formas de conquistar um reino e, mais importante que isso, as melhores tácticas para manter o controlo sobre esses territórios, em diferentes contextos e circunstâncias. Muitas afirmações ficam a pairar nas nossas cabeças mesmo depois de pousar o livro e são reveladoras da mentalidade da sua época. Podem ser chocantes de ler nos dias de hoje que nos consideramos muito civilizados, mas o que mais me choca é constatar que ainda são aplicadas em pleno século XXI.
Aliás, este livro pode ser curto mas está repleto de frases icónicas e sobre as quais apetece reflectir. Pela minha parte, foram bastantes e tive mesmo de me controlar para não acabar a assinalar o livro de uma ponta à outra. Mas a verdade é que é fácil perceber a mensagem que se quer passar e perceber o quanto inspirou figuras como Napoleão ou Hitler na sua busca por poder de forma absoluta.
A sua forma polémica de manipular conceitos como virtude, bem e mal, retirando a sua conotação moral e religiosa, e dando-lhe flexibilidade para se adaptar aos interesses de quem governa e se quer manter no poder, é talvez a grande razão para ter sido tão criticado e ter ganho a má fama que carrega até aos dias de hoje. No entanto, é graças à sua teorização destes conceitos na forma de livro e com uma linguagem simples e acessível que somos capazes de entender melhor os políticos, sejam de origem monárquica ou republicana, que temos tido ao longo dos tempos.
Pessoalmente, consigo perceber a causa de tantas críticas mas não acho que sejam fundamentadas, pois Maquiavel não criou estes conceitos. Tudo isto sempre foi posto em prática, só não se encontrava exposto aos olhos de todos nós, meros mortais. Esta é mesmo uma obra de leitura obrigatória para todos os que querem entender melhor a política, o poder e as formas de governar e liderar.
Já leste esta obra intemporal de Maquiavel? Com que opinião ficaste sobre O Príncipe?
"E aquele que se torna senhor de uma cidade habituada a viver livre e não a destrói deve esperar ser destruído por ela, pois ela tem sempre como pretexto para as suas rebeliões o nome da liberdade e os seus antigos costumes, os quais nem o tempo nem qualquer benefício permitirão que sejam jamais esquecidos."
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"Convém saber que existem duas maneiras de combater: pelas leis e pela força. A primeira, é própria dos homens; a segunda é própria dos animais. Mas como, muitas vezes, aquela não chega, há que recorrer a esta e, por isso, o príncipe precisa de saber ser animal e homem."
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