Hoje, celebra-se aquele que é o meu feriado favorito. A 25 de Abril de 1974, um grupo de pessoas acreditou e fez com que a Liberdade fosse uma realidade. Já por diversas vezes, como aqui, disse que a minha palavra favorita é, sem qualquer margem para dúvidas, Liberdade. Assim mesmo, com maiúscula.
Porque para mim não existe liberdade, mas um conceito universal que, na minha vida, é tão vital como respirar. Felizmente, tive a sorte de nascer num país livre, sem repressões ou censuras. Onde posso ter as minhas opiniões, por muito erradas ou estúpidas que sejam. Onde posso estudar e onde posso ler os livros que entendo e ver os filmes que me apetece, ao contrário do que acontece noutros lugares do mundo.
Onde posso usar calças e ser mulher de pleno direito, sem precisar de autorizações masculinas para fazer o que bem me aprouver. Já sabemos que, no que toca aos direitos das mulheres e consequente igualdade de oportunidades, ainda temos um longo caminho a percorrer. Mas não posso ignorar o caminho já percorrido nem ficar insensível ao que não vivi.
Nasci em 1986, logo passados doze anos da Revolução que nos libertou, o que não invalida que tenha uma percepção do que se vivia nessa época. Até porque acredito que temos muito para aprender com o passado. A História é cíclica e as coisas repetem-se mais vezes do que imaginamos. Além disso, um povo que não conhece a sua História será sempre um alvo fácil nas mãos das pessoas erradas.
Basta olhar para a forma como o acto de votar é hoje encarado. Houve um tempo em que pessoas lutaram e morreram em busca do direito de votar nos seus governantes. Pobres e ricos. Homens e mulheres. Todos iguais e com o mesmo direito de se fazer ouvir. No nosso país, essa luta está ganha e é um dado adquirido. Tanto que muitos o ignoram e nem se dão ao trabalho de ir às urnas manifestar a sua opinião, ainda que seja em forma de protesto com um voto em branco.
Não me venham com tretas, porque não ir votar NÃO é uma forma de protesto. É um desrespeito por um direito que deu tanto trabalho a conquistar. É um atentado contra a Liberdade com que desejamos viver. A Liberdade que despejamos em doses generosas nas redes sociais, quando utilizamos a caixa de comentários de qualquer publicação. Às vezes tenho a sensação que se perdeu o respeito pelas opiniões contrárias e utiliza-se o insulto gratuito sempre que se lê algo, em substituição da troca de argumentos.
A 25 de Abril de 2017, gostaria muito que parasses para pensar no que significou esta Revolução e do quanto foi determinante para a forma como hoje vives e para os direitos que hoje gozas. Pensa também no que queres fazer com a Liberdade que tens nas mãos. Queres utilizá-la ou desperdiçá-la? Até que ponto é importante para ti viveres em Liberdade?
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