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terça-feira, 28 de junho de 2016

A Final da Copa América




Quem acompanha o Facebook do blog, sabe que passei a madrugada de Domingo à espera do final do jogo decisivo desta Copa América, para ir dormir. Não foi nada planeado. Não tenho por hábito assistir a jogos de futebol onde estejam em campo equipas que não me dizem nada, pelas quais não sou adepta. 

No entanto, aquilo estava a dar na televisão quando desliguei o computador e, mesmo sem querer, fiquei colada ao ecrã até ao último penalti do Chile. Não nego que esta coisa de estar em campo o maior rival do nosso melhor do mundo teve a sua influência e dei por mim a torcer pela selecção aguerrida chilena. 

Muito se tem falado de futebol durante este mês por estes lados, o que nem é meu hábito, mas não consigo resistir. Depois de ter demonstrado o meu apoio à selecção das quinas, apoio esse que espero seja necessário até dia 10 de Julho, assistir a este jogo da final da Copa América fez com que tirasse algumas conclusões interessantes. 


1 - A primeira conclusão que me ficou na mente e que me saltou à vista foi a forma como o futebol latino americano é agressivo. A quantidade de faltas e, pior, a gravidade delas foi astronómica. Quando comparado com o jogo praticado no nosso Europeu, é coisa para não passar despercebida. 

2 - A garra dos chilenos também foi coisa que deu que falar. Não admira a evolução desta selecção e os dois troféus consecutivos que venceu. 

3 - Assim que vi o Messi falhar o penalti, o meu primeiro pensamento foi para os críticos do nosso Cristiano quando lhe aconteceu o mesmo, durante o jogo com a Áustria. Será que agora percebem que até os melhores do mundo podem falhar? 

4 - Ainda sobre esta coisa de falhar em momentos decisivos, veio reforçar a minha convicção acerca destes jogadores terem, por vezes, desempenhos tão díspares quando comparado com o que fazem nas suas equipas. Não acredito que nenhum deles, nem Messi nem Ronaldo, não tenham a real e verdadeira vontade de vencer pelo seu país. Bem pelo contrário, acredito que talvez seja a glória que mais desejam obter e partilhar com os seus. No entanto, não têm o rendimento esperado. A única explicação que me ocorre para estas duas máquinas falharem é o facto de o seu discernimento ficar toldado pela emoção. Nas suas equipas jogam com frieza, usando o sangue frio e a razão para se ultrapassarem a si próprios. Quando vestem a camisola dos seus países, a emoção domina e faz com que cometam erros que não estamos habituados a ver nestes dois jogadores. 

5 - Outro facto surpreendente, e que mais uma vez bate com o que acontece com Portugal, é que esta geração de ouro argentina, apesar de contar com jogadores brilhantes que já venceram tudo pelos seus clubes, nunca conseguiu vencer nada pelo seu país. Compreendo a frustração que sentem por se ficarem sempre pelo quase. Aliás, acredito que todos os portugueses conhecem bem esta sensação, ainda desde a geração de ouro de Figo e Rui Costa e outros tantos que nunca nos conseguiram fazer felizes. 

6 - Por fim, algo que só descobri durante o dia de hoje. A decisão de Messi de não jogar mais pela selecção da Argentina. E isto sim, deixa-me surpreendida e sem capacidade de compreensão. Será que ele acredita mesmo que não poderá ajudar a sua selecção a vencer? Ou não se sente mais capaz - ou com pachorra - para sofrer as pressões dos que lhe exigem um troféu? 

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