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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

#Livros - A Mão do Diabo, de José Rodrigues dos Santos


Sinopse

A crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.

O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.

O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.

A verdade oculta sobre a crise.

Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.

Opinião

Não é preciso ser muito inteligente para perceber o quanto gosto de José Rodrigues dos Santos. Depois de vos trazer O Anjo Branco, O Homem de Constantinopla e Um Milionário em Lisboa, venho opinar sobre A Mão do Diabo.

E que livro este, meus amigos! Já o li há algumas semanas e só agora vos consigo falar dele. Ao passo que em outras obras anteriores, o autor nos traz temas antigos, relacionados com Deus, com Jesus Cristo ou com a Guerra Colonial, neste livro ele fala de um tema que nos toca a todos de uma forma muito particular: a crise.

Tendo este objectivo, o de explicar a crise, ele leva-nos pela Grécia, elaborando um retrato das manifestações, mas também do funcionamento corrupto da Saúde e da Justiça, por exemplo. Além disso, faz um paralelismo entre a crise de Portugal, de Espanha e da Irlanda e revela-nos muitos dos erros que por cá (que, no fundo, é onde mais nos interessa) se praticaram ao longo de anos e anos.

No fundo, esta é uma autêntica aula de Economia, onde nos é explicado, de forma brilhante, a história da criação da moeda única, o conflito entre Alemães e Franceses ao longo dessa criação, as origens e os culpados da crise nos Estados Unidos da América, bem como, a política de interesse próprio que se praticou na União Europeia durante as longas décadas que antecederam este momento que vivemos.

Na verdade, ficamos a perceber que os culpados somos nós, países periféricos que gastaram além das suas possibilidades com a total conivência dos seus governantes que só se preocuparam em encher os seus bolsos e os dos seus amigos e familiares. Mas também são culpados as potências que hoje nos apontam o dedo, que tinham conhecimento do que acontecia nesses países, alimentavam esses comportamentos e os seus governantes também enchiam os bolsos e pagavam favores a amigos e apoiantes.

Destaco, mais uma vez, a capacidade prodigiosa de José Rodrigues dos Santos de nos manter presos à trama, capítulo após capítulo. Quando um termina, as perguntas que ficam no ar sem resposta e as situações por resolver obrigam-nos a começar imediatamente o próximo de forma a saciar a nossa curiosidade. Outro pormenor importante que tanto me faz gostar dos livros deste autor, é o trabalho de pesquisa intensivo que se sente em cada página e que a mim me remete para a sua profissão como Jornalista e como Professor.

Aqui pretende-se entreter o leitor, mas também informá-lo, dando-lhe acesso a conhecimentos e colocando esses conhecimentos ao alcance de qualquer leigo os entender e assimilar. Depois de ler A Mão do Diabo, a pergunta que me ficou na cabeça até hoje é entender como José Rodrigues dos Santos não sofreu represálias pelo véu que levantou. É que embora exista um lado de ficção em todas as suas obras, neste caso as suas Notas Finais são bem elucidativas de até que ponto são reais as acusações feitas.

"É importante lembrar que Portugal, sendo o país mais antigo da Europa, faliu menos vezes que a Alemanha e a França, por exemplo. Portanto, a falência não é algo que esteja necessariamente nos genes portugueses, como andam a insinuar."

Por tudo isto, aconselho vivamente todos a lerem e a perceberem melhor a crise, os caminhos que poderemos seguir daqui para a frente e as consequências reais, para nós cidadãos, de cada caminho.

Podem encomendar o vosso exemplar aqui, com portes de envio gratuitos.

2 comentários:

  1. Ando SUPER curiosa com este livro desde que saiu, agora fiquei ainda mais...

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    1. Vale a pena cada página, podes crer! Quando fizermos a nossa semana de férias literária, levo este também ;)

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