Sinopse
Baseado em acontecimentos verídicos, Um Milionário em Lisboa conclui a espantosa história iniciada em O Homem de Constantinopla e transporta-nos no percurso da vida do arménio que mudou o mundo - confirmando José Rodrigues dos Santos como um dos maiores narradores da literatura contemporânea.
Kaloust Sarkisian completa a arquitectura do negócio mundial do petróleo e torna-se o homem mais rico do século. Dividido entre Paris e Londres, cidades em cujas suítes dos hotéis Ritz mantém em permanência uma beldade núbil, dedica-se à arte e torna-se o maior coleccionador do seu tempo.
Mas o destino interveio.
O horror da matança dos Arménios na Primeira Guerra Mundial e a hecatombe da Segunda Guerra Mundial levam o milionário arménio a procurar um novo sítio para viver. Após semanas a agonizar sobre a escolha que teria de fazer, é o filho quem lhe apresenta a solução:
Lisboa.
O homem mais rico do planeta decide viver no bucólico Portugal. O país agita-se, Salazar questiona-se, o mundo do petróleo espanta-se. E a polícia portuguesa prende-o.
Kaloust Sarkisian completa a arquitectura do negócio mundial do petróleo e torna-se o homem mais rico do século. Dividido entre Paris e Londres, cidades em cujas suítes dos hotéis Ritz mantém em permanência uma beldade núbil, dedica-se à arte e torna-se o maior coleccionador do seu tempo.
Mas o destino interveio.
O horror da matança dos Arménios na Primeira Guerra Mundial e a hecatombe da Segunda Guerra Mundial levam o milionário arménio a procurar um novo sítio para viver. Após semanas a agonizar sobre a escolha que teria de fazer, é o filho quem lhe apresenta a solução:
Lisboa.
O homem mais rico do planeta decide viver no bucólico Portugal. O país agita-se, Salazar questiona-se, o mundo do petróleo espanta-se. E a polícia portuguesa prende-o.
Opinião
Na sequência do livro da semana passada e como prometido, aqui venho comentar o segundo livro do relato inspirado na vida do arménio que se transformou no homem mais rico e misterioso do século passado.
No primeiro livro ficamos às portas da I Guerra Mundial e neste o autor entra em força nesse conflito, relatando muito do ambiente vivido nas grandes capitais, como Paris e Londres. No entanto, o que mais me impressionou foi o relato do que se vivia no Império Otomano nessa época, assunto pouco explorado em tudo o que li até hoje em livros relacionados com a Grande Guerra.
Ao longo do primeiro livro, percebemos como os Arménios foram sempre humilhados e subjugados pelos Turcos, mas nada disso me preparou para a descrição das Marchas da Morte. Ao abrigo do conflito que ocupava os líderes europeus e com o apoio dos seus aliados, os Alemães que não se queriam indispor com os Turcos, foi determinado o extermínio dos Arménios. Começaram por executar os homens e, em seguida, foram colocadas na estrada todas as mulheres, crianças e idosos que sobraram em direcção aos campos da morte. No caminho foram saqueados, mortos e violadas as mulheres. Que vergonha saber que permitimos que tal coisa acontecesse debaixo dos nossos olhos!
Outros acontecimentos históricos são descritos, como o clima tenso em relação a Hitler antes da II Guerra Mundial ou a entrada dos Alemães em Paris. No entanto, neste livro a nossa personagem central impõem-se às grandes petrolíferas mantendo uma cláusula de cooperação impensável num mercado onde todos querem destruir a concorrência e consagra-se o homem mais rico do século ao embater-se contra o país mais poderoso do mundo.
Mais uma vez encontramos nomes notáveis como Coco Chanel, Pulido Valente, Beatriz Costa e o próprio Salazar e percebemos como este importante arménio se apaixonou pela nossa Lisboa, onde reencontrou-se com as memórias da sua infância e as semelhanças que encontrou entre os portugueses e o seu próprio povo, os arménios.
O legado que nos deixou é inestimável e foi aqui, em Portugal, que este poderoso homem encontrou a imortalidade que tanto almejava. É um livro com fantasia, mas repleto de factos reais e de descrições fantásticas de Lisboa. São muitas páginas, é verdade, mas valem todas a pena, podem acreditar.
"Era uma descoberta inesperada e maravilhosa. Admirando Lisboa com uma expressão hipnotizada, Kaloust sentiu-se transportado para a sua meninice. (...) Os aromas da infância inebriavam-lhe os sentidos, a lembrança dos primeiros anos submergia-o de emoção. Havia magia naquela transfiguração da cidade, era como se o tempo tivesse completado o grande círculo da vida e regressado enfim às origens."
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