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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A arte de mal servir


Já aqui vos falei de coisas que me mexem com o sistema nervoso no que se refere a ser (mal) atendido em qualquer estabelecimento. A última, se bem me recordo, aconteceu naquele episódio em que andei à procura de um telemóvel bom e com um preço porreiro com uma amiga pelas lojas do Fórum Montijo. Hoje, venho falar da área da restauração. Mais propriamente dos cafés que todos frequentamos em determinados momentos. No meu caso, que passo as tardes a trabalhar, maioritariamente, na rua, é inevitável frequentar com bastante frequência diversos estabelecimentos nos mais diversos locais. Regra geral, sou bem atendida. Não se pode dizer que seja sempre um atendimento impecável, sem qualquer vestígio de mácula. Mas costumo ficar satisfeita nos parâmetros básicos, como educação, simpatia, qualidade dos produtos. 

Ontem, no entanto, aconteceu algo que oiço bastantes pessoas à minha volta comentar e que, na realidade, nunca me tinha acontecido na primeira pessoa. Portanto, fomos para uma zona nova e "caímos" num café novo. O local tinha bom aspecto, inclusivamente fazia publicidade bastante apelativa aos menus que dispunha, com preços convidativos e que nos deixou com vontade de voltar lá no Sábado, dia em que almoçamos no terreno, para experimentar as iguarias, simples, baratas e com tão bom aspecto. Mas àquela hora não íamos propriamente para almoçar e muito menos para jantar, por isso ficamo-nos pelo lanche. Aqui a pessoa que não resiste às tentações do demónio, pede o seu café curto e pede, para acompanhar apenas, um palmier recheado. E não é que o rapazinho que lá estava a atender não sabia a diferença entre o mesmo e aquele palmier coberto. Eu iria mais longe e diria que a questão já começa com um mau domínio do Português, mas não quero fugir à questão principal. É que se a pessoa trabalha num café que vende bolos, e não eram poucos os que lá estavam, seria normal presumir que sabe o nome dos bolos que lá estão. 

Vocês podem achar que isto é um pormenor. Até pode ser, mas é um pormenor que demonstra a forma como se trabalha em Portugal. Por cá, existem áreas que estão longe de ser exigentes. O pensamento é que para tirar cafés não é preciso um curso. E dou este exemplo apenas para manter a área de negócio que estamos a referir aqui. Como país pequeno que somos, temos também um pensamento pequeno, que não nos permite modernizar-nos e profissionalizar as pessoas que estão ou querem entrar no mercado de trabalho. Paga-se mal, não se dá formação e as próprias pessoas não se sentem na obrigação, nem possuem qualquer vontade de serem melhores, de evoluírem nas suas capacidades e conhecimentos. Portanto, enquanto assim continuar, será difícil que isto melhore, penso eu. 

 

2 comentários:

  1. Isto é um tópico de conversa que nunca mais acaba... Eu vejo com cada anúncio de emprego que até me apago, basicamente querem pessoas muito burras, mas com muitos estudos, muito novas mas com muita experiência, que sintam prazer em ser explorados a receber pouco, de preferência apenas entre os 20 e os 40... bem... Até anúncios mal escritos já vi!

    Tipo: " blá blá blá [...] com bontade... [...]

    E digo-te, tem de ser bontade com B!! Se não nem vale a pena responderes ao anúncio!! Há pois... Depois admira-te por ser recebida por pessoas sem qualidade, sem vontade (nem Bontade) de lá estarem, revoltadas, burras, sem profissionalismo, convencidas e até belas vacas e bois como apanho todos os dias...
    Depois pedes o livro de reclamações, como eu e dão-te um já cheio até à última folha, tendo de ir buscar outro (para tu estreares, o que só acontece com pessoas importantes, como eu) ou então vais a ver e estás a escrever na penúltima folha, pois o livro já está tem mais folhas que muitos livros que eu já li...
    Não há nada a fazer, os patrões preferem empregados baratos e descartáveis a pessoal de qualidade que cative clientes, a verdade é essa... E nós a única que podemos fazer é :"chame o gerente" ou "o livro de reclamações, se faz favor"...

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    1. É verdade, infelizmente. A crise serve de desculpa para os patrões diminuírem ao padrões de qualidade no atendimento e ainda não perceberam que, com isso, só perdem clientes.

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