Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
in "Charneca em Flor"
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
in "Charneca em Flor"
Apesar de não ser apreciadora da data e ter sérias reservas de todos os casais que só se lembram que se amam neste dia e que precisam de muito público para as suas declarações de amor eterno; não poderia deixar passar o dia em branco e por isso aqui fica um poema da eterna apaixonada Florbela Espanca. Quem como ela para falar de amor?
Amem-se de verdade e todos os dias! Feliz dia dos namorados! Feliz dia de São Valentim!
(E que passe depressa, para bem da minha sanidade mental!)
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