Passado o festivo Halloween, chega o dia em que alguns têm de ir cumprir a obrigação de marcar presença no evento do ano, pelo menos aqui nas aldeias assim parece ser encarado. Hoje foi dia de ir ao cemitério, algo que eu até gosto, confesso. Mas neste dia, é algo insuportável. Acho ridiculo devido àquelas pessoinhas que passam um ano inteiro sem lá pôr os pés e que, chegado este dia, correm para lá para uma pura exibição. Chega a ser quase um concurso para ver quem leva o melhor vestido, quem tem um ar mais pesaroso e, claro, quem tem a campa mais pomposamente enfeitada. É claramente uma feira de vaidades e ostentação. Claro que tive de ir marcar presença, mas prefiro, sem qualquer dúvida, quando o cemitério está vazio e posso visitar os meus sem ter ninguém a reparar no que levo vestido. Poder passear pelos corredores e rever as pessoas que conheço e outras que só reconheço pelas fotos. É algo que me faz lembrar a infância, quando era uma menina a passear com o avô e a ser apresentada aos inúmeros familiares de que ele me falava. Sempre que o faço lembro-me dele. Desse homem tão generoso e que tanta falta me faz. Pessoas assim existem cada vez menos neste nosso mundo e agradeço todos os dias ter-me sido permitido conhecer um homem tão extraordinário e tão especial. Foi para si, avô, todos os meus pensamentos esta tarde.
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